Estudante de Direito foi encontrada morta em obra de prédio público. Ex-namorado foi ouvido na delegacia.
O delegado Mamede Rodrigues, titular do 5º Distrito Policial, vai pedir a quebra do sigilo telefônico de Fernanda Lages Veras, encontrada morta na manhã desta quinta-feira (28) nas obras da nova sede do Ministério Público Federal. A solicitação foi motivada por não existirem registros de chamadas realizadas horas antes do crime no telefone celular da vítima. Um notebook da jovem também será periciado.
A estudante de Direito foi achada com marcas de golpes na cabeça, um braço fraturado, unhas quebradas e outros indícios de que teria tentado se defender de um homicídio. Seu corpo foi liberado no final da tarde pelo Instituto Médico Legal para ser velado e sepultado em Barras, onde o pai da jovem, Paulo César Lages Veras, já foi vereador.
Fotos: Thiago Amaral/Cidadeverde.com
Mamede Rodrigues informou que o celular de Fernanda possui registro de chamadas discadas horas antes do crime, mas nenhuma perto de 4h20min, horário do qual ela saiu de um restaurante na avenida Miguel Rosa, Centro/Norte de Teresina. Não existem registro das chamadas atendidas. "Procuramos no celular as chamadas recebidas e não encontramos, o que indica que pode ter sido apagadas. As ligações feitas durante a madrugada também não foram encontradas". O delegado também afirma ainda não ter suspeitos do crime.
Caroline Oliveira/Cidadeverde.com
O delegado já sabe que Fernanda, ao sair do restaurante, seguiu pela avenida Miguel Rosa até chegar a rua Pires de Castro, entrando em seguida na avenida Frei Serafim com destino a avenida João XXIII. Ela deixou o bar por volta de 4h20min e foi encontrada por um vigia da obra às 5h30min, na mudança de turno. "A perícia aponta que a jovem foi morta entre 5h e 5h30 e não encontrou indícios de violência sexual em seu corpo", informou o delegado.
Mamede Rodrigues requisitou ao Instituto de Criminalística a perícia nos objetos encontrados no local do crime. Ele quer confirmar se houve luta corporal e se uma barra de ferro ou de madeira atingiu a cabeça de Fernanda. "Uma equipe foi até as obras do MPF em busca da provável arma do crime. O laudo da perícia, que deve sair em 10 dias, será bastante útil. O telefone dela também será periciado, antes da quebra de sigilo".
Pedido do delegado para a perícia
Nesta quinta, somente o ex-namorado da vítima foi ouvido oficialmente. Pablo Vital deixou o 5º DP sem ser considerado suspeito. Os colegas que estavam em um bar minutos antes do crime, cerca de seis, entre homens e mulheres, foram convocados para prestarem depoimento nesta sexta-feira.
"O vigia foi ouvido informalmente e contou ter visto apenas uma pessoa entrar na obra e não duas. Ele disse ainda que não ouviu gritos e como estava distante da pessoa, não achou necessário ir atrás", contou o delegado.
Enquanto o depoimento de Pablo Vital, ex-namorado de Fernanda, era tomado, Cassandra Lages, tia da vítima, chegou acompanhada de outros familiares e entrou na sala para acompanhar as declarações. O delegado a recomendou que não conceda entrevistas. Uma outra familiar ainda levou o notebook da jovem para que seja periciado no 5º DP.
Ex-namorado depõe
Nesta tarde, o delegado ouviu Pablo Vital, 23 anos, ex-namorado da jovem. Eles passaram cerca de oito meses juntos e teriam terminado o relacionamento há três meses. O jovem demonstrava estar abalado e saiu sem falar com a imprensa. Foi ao Instituto Médico Legal fazer exame de corpo de delito para provar que não tem relação com o crime.
Pablo, ex-namorado, declarou ter passado a noite em casa
Sua irmã, Daniele Vital, foi com os pais até a delegacia e confirmou ter chegado em casa no mesmo horário que o irmão, por volta de 22h30, e que ele não saiu depois disso. Segundo ela, Pablo é muito caseiro e não costuma sair muito à noite, um dos motivos para que ele mesmo terminasse o relacionamento. Daniele contou ao Cidadeverde.com ainda que a amizade com Fernanda continuou após isso, tanto que as duas trabalhavam no mesmo shopping e uma dava carona para a outra.
Irmã confirma que ex-namorado ficou em casa durante a noite
Pablo contou ao delegado que falou com Fernanda na noite de ontem, por volta de 21h, pessoalmente na faculdade. O depoimento se estendeu por conta de um problema no computador que registrava os relatos do ex-namorado. O delegado não colocou Pablo como suspeito. "Ele veio para prestar esclarecimentos, claro que não está fora de suspeitas, como ninguém que esteve com ela ontem está. Mas ele não é o suspeito", explicou o delegado.
Cleiton Cunha, advogado de Pablo, disse que seu cliente está disponível para ajudar com qualquer informação.
Advogado Cleiton Cunha
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