segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

promocões, liquidação queimão cuidado com o Endividamento uma doença


Platão dizia existir as doenças da alma e as doenças do corpo. O endividamento é uma doença que se instala na alma e acaba com o corpo.
É uma doença sorrateira que começa de leve:  uma noite sem dormir ali, uma insônia aqui, até que um dia todo o corpo está tomado e a depressão instalada na alma,  levando a perda de auto-estima, destruindo relações sociais, empresas, carreiras,  famílias e até  vidas.
Quem já passou por isto sabe bem como é, no início é só um problema entre você e o travesseiro, mas depois as ligações, as cartas de cobrança, as negativas de crédito, a cobrança familiar e as pressões sociais, vão levando  ao desespero e neste ponto, para divisair do buraco, você acaba por criar uma dívida ainda maior do que a anterior para tentar solver as obrigações urgentes, renegociando tudo, mas isto de nada adianta, pois  no mês seguinte tudo se repete, e assim sucessivamente até o momento em que o crédito acaba e a roda da bicicleta para de girar e o endividado cai de cara no chão, atordoado e sem saber o que fazer.
Neste estágio a doença começa a deteriorar as relações sociais: casais confundem o problema da dívida com os do relacionamento e acabam se separando; sócios brigam, um colocando a culpa no outro e acabam com a empresa, levando uma leva de desempregados para rua; empregos de anos são perdidos, pois o endividado não consegue mais se concentrar no trabalho, e, de outra sorte as ligações  enchem a paciência até mesmo de seu chefe; amigos e parentes se afastam com medo de serem mordidos e infectados pelo vírus; e na  mesa do endividado não comem mais os parentes e amigos, mas tão somente os credores, os quais munidos de uma gula insaciável não deixam mais do que migalhas para o enfermo.
Enfim com o passar do tempo surgem toda sorte de complicações e diante de tanta pressão um quadro generalizado de estresse se instala, debilitando o organismo, baixando a imunidade do endividado e propiciando o aparecimento de doenças oportunistas, como depressão, gripes, agorafobias, queda de cabelo, pressão alta, gastrites, úlceras, infartos,  enfim toda sorte de distúrbio orgânicos, até mesmo, segundo alguns o câncer.
O Câncer, por exemplo, surge como uma indicação de problemas em outras áreas da vida da pessoa, agravados ou compostos de uma série de estresses que surgem de 6 a 18 meses antes de aparecer o Câncer. Foi observado que as pessoas reagiram a esses estresses com um sentimento de falta de esperança, desespero, desistindo de lutar por uma vida melhor. Acredita-se que essa reação emocional dispara um conjunto de reações fisiológicas que suprimem as defesas naturais do corpo, tornando-o suscetível à produção de células anormais, devido a um desequilíbrio profundo mental, hormonal, orgânico e psicológico.(…)

Descobertas recentes foram primordiais para paciente canceroso, porque sugerem que efeitos do estresse emocional podem deprimir o sistema imunológico, abalando as defesas naturais contra o Câncer e outras enfermidades. Há maiores possibilidades de que ocorram doenças após acontecimentos altamente estressantes na vida da pessoa. Quando uma pessoa sofre dissabores emocionais, há um aumento não só das doenças reconhecidamente suscetíveis à influência emocional: úlceras, aumento da pressão sanguínea, doenças cardíacas, dores de cabeça, mas também de doenças infecciosas, dores lombares e até acidentes.

(O Estresse e as Doenças Psicossomáticas, em http://www.icb.ufmg.br/lpf/revista/revista1/volume1_estresse/cap2_cancer.htm, acessado em 11/01/2009)

Como se vê caros leitores o endividamento não é só um fator financeiro na vida da pessoa, mas mais do que isto uma doença que pode arrasar com a vida de qualquer um.
De fato, tanto assim, que alguns países tratam o super endividamento como uma questão de saúde pública, nos Estados Unidos por exemplo existem serviços disponibilizados pelo governo, ONG, e pelo próprios Bancos que atuam no sentido de orientar pessoas endividadas a lidar com o problema e sair desta situação.
Infelizmente esta noção ainda não existe no Brasil, mas é urgente que o poder público, face ao aumento da oferta do crédito no mercado que hoje já supera 30% do PIB, (Produto Interno Bruto), crie mecanismos para o tratamento dos super endividados, pois estamos  virando  uma nação de endividados, de aposentados e trabalhadores que não tem mais acesso aos seu salários.
Pois bem caro leitor  exposta a doença e o seu alcance, cabe dar a boa notícia de que apesar de grave, esta é uma doença perfeitamente curável, sendo que o remédio para esta doença é o assunto dos  próximos capítulos deste livro, o qual pretende ser uma ferramenta de auxílio não só para aqueles que se encontram endividados, mas também para  quem por questões pessoais ou profissional tenha interesse em conhecer melhor o assunto.

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