quarta-feira, 11 de abril de 2012

8 razões por que a vida do seu filho é melhor do que a sua

Índices e especialistas apontam que, em muitos aspectos, infância e adolescência de hoje são melhores que décadas atrás. Você concorda?

fonte: Danielle Nordi, iG São Paulo


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Com famílias cada vez menores, os pais dão atenção mais individualizada aos filhos
Quem nunca repetiu a expressão “no meu tempo é que era bom”? Será que ser criança e adolescente hoje em dia é mais difícil do que décadas atrás? Incorrer na nostalgia de tempos supostamente melhores é irresistível, mas é preciso enxergar pontos positivos que fazem do hoje uma ótima época para crescer. Veja oito razões por que a vida do seu filho é melhor do que a sua e vote na enquete ao final da página.


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Menos filhos, mais atenção
Segundo o Censo de 1960, a taxa de fecundidade brasileira era de 6,3 filhos por mulher. Em 1980, passou para 4,4. Em 2000, chegou a 2,3. E os dados de 2010 apontaram a média de 1,86 filho por mulher. Estamos cada vez mais perto da geração dos filhos únicos. As famílias diminuíram e, embora passem menos tempo com os filhos, os pais podem dar atenção mais individual a eles.
“É melhor um pai que dê atenção total para um filho, mesmo que por menos tempo, do que alguém que esteja apenas de corpo presente. Com as famílias menores, observamos uma busca cada vez mais frequente dos pais por uma atenção individualizada e focada com relação aos filhos”, afirma Luize R. Gare.
Crianças com mais voz ativa
Se antes criança não tinha que opinar, hoje elas não só opinam como também decidem. De acordo com a pesquisa Kids Power do Instituto TNS, divulgada em 2010, 13% dos modelos e cores de carros são escolhidos pelos filhos dos compradores. No Brasil, 71% das mães mostram predisposição a comprar as marcas que os filhos pedem.
“Algumas famílias, no entanto, ainda precisam trabalhar para conseguir chegar a um equilíbrio. A criança deve ter a possibilidade de opinar, mas que a palavra final é dos pais. É fundamental haver autoridade no papel dos pais”, alerta Luize.

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Forçar uma criança canhota a escrever com a mão direita é uma prática que ilustra a falta de conhecimento sobre o desenvolvimento infantil de antigamente

Maior compreensão sobre o desenvolvimento infantil
Toda família tem uma história de uma avó ou tia mais velha canhota que foi forçada a escrever com a mão direita na infância. A antiga prática ilustra a falta de compreensão sobre o desenvolvimento infantil vigente há algumas décadas. “Isso aconteceu comigo e nos dias de hoje é praticamente impossível que se veja alguém amarrando a mão esquerda de uma criança para ela aprender a escrever apenas com a direita”, relata Clarice Blaj Neufeld, médica pediátrica da Santa Casa de São Paulo. “Evoluímos muito no que diz respeito ao conhecimento sobre o desenvolvimento infantil, mas ainda temos muito que estudar”, completa.
Além de uma preocupação em entender as diferentes fases da infância e adolescência, médicos e pacientes vivenciam uma realidade de mais recursos do que décadas atrás. “De um modo geral hoje se tem muito mais conhecimento médico e recursos diagnósticos e terapêuticos do que há 30 anos. As possibilidades de prevenção de doenças com vacinação também aumentaram muito. Há 30 anos, a incidência de doenças infecciosas nas crianças era muito maior, o que levava a uma mortalidade infantil bem maior do que hoje”, enfatiza Lucilia Santana Faria, coordenadora médica da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) Pediátrica do Hospital Sírio Libanês.
Idade mínima de 16 anos para trabalhar
A Constituição Federal de 1988 estabeleceu 16 anos como idade mínima para um adolescente começar a trabalhar. Há apenas uma exceção: a função de aprendiz, que pode ser exercida a partir dos 14 anos, mas com condições de trabalho específicas. Antes disso, o trabalho era proibido apenas para menores de 14 anos.
“A intenção de estender a infância até os 16 anos através da proibição de trabalhar antes dos 16 anos foi evidente. A lei de 88 quer tirar a criança do processo produtivo e devolvê-la para a escola”, afirma o advogado Ricardo Leitão.
Menos tolerância para castigos físicos
Algumas décadas, apanhar de palmatória na escola era uma punição legítima e aceitável. Hoje, atitudes como essa perdem cada vez mais espaço – inclusive dentro de casa. Conhecido como Lei da Palmada, o polêmico projeto de lei que vem sendo discutido no plenário da Câmara e deve seguir para votação no Senado Federal quer proibir os pais de aplicar castigos físicos nos filhos. O projeto reflete uma geração com menos tolerância para esse tipo de punição.
Escolaridade em alta
Ainda há muito a ser feito, mas a educação no Brasil deu um salto nas últimas décadas. Prova disso são os índices apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 1970, 33,6% das pessoas de 15 anos ou mais eram analfabetas. Esse número baixou para 13,6% no ano 2000 e para 9,6% em 2010.
Em 2002, os brasileiros tinham uma média de 6,2 anos de estudo, levando em consideração pessoas com 10 anos ou mais de idade. Em comparação a 1992, houve um aumento de 1,3 anos de estudo na média nacional.

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Mais acesso à informação fomenta mais diálogo entre pais e filhos
Diálogo mais aberto entre pais e filhos
“As crianças e adolescentes têm mais acesso às informações e trazem isso para dentro de casa. Justamente por essa abundância de informações, o diálogo vem se mostrando inevitável nas famílias atualmente”, afirma a psicóloga Luize R. Gare.

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A publicitária Adele Pickerell, 23, faz parte desse cenário. Com acesso livre aos pais, não há assunto tabu dentro de casa. “Meus avós eram mais conservadores. Mesmo que meus pais não aprovem algo, sei que posso dar meu ponto de vista e vamos conversar a respeito”, afirma.
Você acha que a vida das crianças e adolescentes é melhor hoje em dia?

Opção profissional mais livre
Advogado, engenheiro, médico ou professora. Décadas atrás muitos pais ficariam orgulhosos de ter filhos formados nestas profissões. Hoje o campo é mais amplo e as escolhas menos tradicionais são feitas com mais tranquilidade.

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Daniela Récco, 29, viu a preocupação dos pais diante de sua escolha, mas eles não a impediram de ser atriz, mesmo com toda a instabilidade financeira da profissão. “Meu pai é advogado e minha mãe, professora. Eles ficaram preocupados com a questão financeira, mas acabamos entrando em um acordo e cursei Rádio e TV como opção de trabalho. Sem dúvida meus avós teriam sido menos tolerantes com profissões menos convencionais”, diz.

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