Detento quebrou porta com a cabeça e assustou vizinhos de duas delegacias com gritaria durante todo o dia.
A missão mais difícil
da polícia de Teresina no último fim de semana foi domar Cícero Romão,
conhecido como "Lourim", nome que o próprio preso usou para se
identificar. Ele conseguiu ser "expulso" pelos presos de duas
delegacias, quebrou uma porta e uma algema e machucou três políciais que
tentaram o segurar. Não parece, mas o acusado de agredir a própria irmã
tem menos de 1,70m de altura e, além de tudo isso, grita sem parar e
deixou vizinhos dos distritos policiais sem dormir.
O acusado foi preso no sábado pela Delegacia
de Proteção à Criança e ao Adolescente, acusado de agredir a irmã em
casa, no povoado Cajazeiras, zona rural Norte de Teresina. Segundo o
chefe de investigação Joatan Gonçalves, como não há cela na DPCA, Cícero
foi levado para o 21º Distrito Policial, na Usina Santana, zona
Sudeste. Foi só o começo da confusão.
Depois
de gritar a noite inteira, Cícero apanhou dos outros presos e teve de
ser transferido. Após exame de corpo de delito no Instituto Médico
Legal, foi levado para o 13º DP, na Vila da Paz, zona Sul. Lá, passou a
noite a gritar e apanhou novamente de detentos. De tanto bater, até
mesmo com a própria cabeça, quebrou a porta de ferro do almoxarifado.
Algemado em uma cela, conseguiu quebrar a algema. Só foi contido por
três policiais.
O chefe de investigação Francisco de Pádua, do
13º DP, confirma que ele e mais dois colegas tiveram de usar da força
para segurar o detento. Pádua machutou um pé e as costas. Os outros dois
policiais sofreram lesões nas mãos.
A Polícia acredita que a agitação de Cícero
pode ser provocada pelo uso de entorpecentes no fim de semana ou
abstinência dos mesmos.
Os vizinhos do 13º DP chegaram a cogitar um
abaixo-assinado para pedir a transferência de Cícero. A dona de casa
Maria de Jesus Silva contou que estava dormindo e acordou com os gritos
de "Mamãe! Mamãe!". Mas não era nenhum filho seu. Já o arrumador
Francisco de Assis pensou que os gritos fossem de desespero pela morte
de alguém. O preso também berra pedindo água.
Nesta
tarde, policiais foram mobilizados para uma nova transferência de
Cícero, dessa vez para a Casa de Custódia. Antes, o rapaz, de idade
ainda desconhecida, será levado para novo exame no IML.
Geísa Chaves fonte
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