Valor deve permanecer alto após o Natal (Foto: Arquivo Portal Infonet) |
O preço da cesta básica em Aracaju neste ano registrou aumento de 18,6%
e, consequentemente, a ceia de Natal vai ficar mais cara. Dados da
Fundação Getulio Vargas (FGV) demonstram que a inflação dos produtos
usados na ceia é três vezes maior do que a registrada na média acumulada
pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) no período de dezembro de
2011 a novembro de 2012.
Para o professor e analista financeiro Gracindo Andrade, o aumento, que
vai se prolongar até depois do Natal, tem três causas: os problemas
internos, externos e as alterações climáticas.
“Com relação à primeira causa, ela ocorre porque o governo, além de
querer que as indústrias cresçam para que haja criação de empregos,
diminuiu os juros para aumentar o consumo. Com isso, as empresas não
conseguem acompanhar o ritmo, e a inflação acaba sendo gerada”, detalha o
professor, alegando que não existe outra opção para o país, visto que o
Produto Interno Bruto (PIB) tem que crescer.
Gracindo Andrade prevê crise imobiliária em Aracaju |
A respeito dos problemas externos, o analista financeiro destaca que
nosso país sofre impacto todas as vezes em que o mundo entra em crise.
“Já os problemas climáticos influenciam na economia por conta na queda
da produção mundial”, complementa.
Como economizar
Gracindo Andrade alerta que, em tempos de crise, é necessário
economizar. Ele comenta que é difícil conter as despesas, pois o aumento
atinge produtos básicos. Porém ele dá dicas de como reduzir o impacto
no orçamento. “O consumidor pode comprar frutas da estação, além de
produtos similares. Outra sugestão é procurar as marcas menos
conhecidas, por terem um valor mais baixo”, sugere.
Piora
Ainda sobre os problemas da economia local, o professor destaca que a
previsão é que o cenário do próximo ano continue ruim. Ele relata que a
população está cada vez mais endividada, e com isso uma bolha está sendo
criada e pode estourar a qualquer momento.
“Os cenários não são nada favoráveis. Aracaju é a segunda cidade com
população mais endividada, perdendo apenas para Porto Alegre. Por isso
aconselho que as pessoas façam apenas compras planejadas, e a curto
prazo”, ressalta Gracindo.
O analista financeiro ainda prevê uma crise imobiliária, e justifica
afirmando que, em Aracaju, os imóveis estão sendo muito valorizados, e a
tendência é que, em algum momento, a população não tenha mais poder de
compra.
“Em Maceió, por exemplo, os imóveis chegaram a um patamar tão alto, que
os preços tiveram que diminuir. Como aqui houve uma mudança muito
grande, em apenas três anos, a tendência é que os preços fiquem
estagnados, e depois abaixem”, conclui.
Por Monique Garceze Kátia Susanna
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