Dia do início do ritual será definido pelos cardeais após saída de Bento XVI.
Ele deixa cargo quinta (28); na regra atual, conclave começaria após dia 15.
Em sua decisão, Bento XVI afirmou que "é preciso se esperar quinze dias completos para começar o conclave", mas abriu a possibilidade de os cardeais avaliarem a possibilidade de antecipar o processo. "Mas deixo ao Colégio Cardinalício a faculdade de antecipar o início do conclave se constar que estão presentes todos os cardeais eleitores, como também a possibilidade de atrasá-lo se há motivos graves. No entanto, transcorridos vinte dias do início da Sé Vacante, todos os cardeais presentes têm que proceder a eleição", explicou o Papa.
De acordo com a Santa Sé, Bento XVI expediu um "Motu Proprio" – uma espécie de decreto elaborado diretamente pelo Papa – em que modifica alguns pontos do processo do conclave. Permanece, porém, a possibilidade de adiar o início da votação por até 20 dias após o início da Sé Vacante, caso seja necessário para a chegada dos cardeais.
O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, afirmou que será preciso esperar o início da Sé Vacante e a reunião dos cardeais para saber quando vai começar o conclave. A primeira congregação de cardeais será realizada em 1º de março, horas depois da saída definitiva de Bento XVI. A partir desse dia, eles poderão anunciar a data da eleição.
Para eleger o novo Papa continua sendo necessário que um dos nomes tenha pelo menos dois terços dos votos. Cerca de 117 cardeais com menos de 80 anos terão o direito de entrar no conclave, que é realizado na Capela Sistina, no Vaticano.
Cardeais de todo o mundo já começaram consultas informais por telefone e por e-mail para a construção de um perfil do homem que eles acham que seria mais adequado para liderar a Igreja em um período de crise contínua. As últimas regras do conclave – encontro em que os cardeais, secretamente, escolhem o novo Papa – haviam dido estabelecidas por João Paulo II, antecessor de Bento XVI, em 1996.
Papa Bento XVI durante a oração para milhares de
fiéis no Vaticano (Foto: Reprodução/TV Globo)
'Continuar servindo a Igreja'fiéis no Vaticano (Foto: Reprodução/TV Globo)
O Papa Bento XVI realizou domingo (24) seu último Ângelus, em que ofereceu sua bênção aos fiéis. "O senhor me chama para subir o monte para me dedicar a oração. Vou continuar servindo a Igreja, com o mesmo amor, mas de modo adequado às minhas forças e à minha idade", afirmou o Papa.
Milhares de pessoas comparecem à praça de São Pedro para a Hora do Ângelus. De acordo com a Santa Sé, quase 200 mil pessoas estiveram presentes durante audiência dominical, na qual Bento XVI rezou o Ângelus na janela de seus aposentos no Palácio Pontifício, no Vaticano. No final, o Papa se despediu em português. "Obrigado pela vossa presença e todas as manifestações de afeto e solidariedade aos que estão me acompanhando nesses dias".
Na próxima quarta-feira (27), o pontífice vai realizar a última audiência geral que, na ocasião, acontecerá na Praça de São Pedro. No dia 28, último de seu pontificado, Bento XVI receberá às 11h, na Sala Clementina do palácio apostólico, os cardeais para a despedida. Em seguida, ele seguirá de helicóptero para Castengandolfo, a 30 km de Roma.
Renúncia
Bento XVI surpreendeu a Igreja e o mundo ao anunciar, em 11 de fevereiro, que iria deixar o cargo no fim do mês, por conta de sua saúde frágil. Logo em seghuida, ele se retirou com a Cúria para "exercícios espirituais" do período de Quaresma. Na capela "Redemptoris Mater", 17 sessões de reflexões do cardeal italiano Gianfranco Ravasi ocuparam o tempo dedicado tradicionalmente à oração e exame de consciência em preparação para a Páscoa, em 31 de março.
fonte g1
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