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segunda-feira, 22 de julho de 2013

Mortes por arma de fogo crescem 86% em 10 anos no Piauí, diz estudo


Teresina subiu quatro posições e tem agora a 19º maior taxa de homicídio.
Capital do estado é mais violenta, seguida de Picos e Parnaíba.


Adolescente foi morto na porta de escola da Zona Sul (Foto: Ellyo Teixeira/G1)Adolescente foi morto na porta de escola da Zona Sul (Foto: Ellyo Teixeira/G1)
Em uma década o número de mortes provocadas por armas de fogo no Piauí aumentou 86%, é o que revela o Mapa da Violência 2013. Segundo a pesquisa realizada pelo Centro de Estudos Latino-Americanos (Cebela), mais de duas mil pessoas foram vítimas deste tipo de crime no estado entre os anos de 2000 a 2010.
Para Cristiano Ribeiro, presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Piauí, esses dados só demonstram o quanto é fácil conseguir uma arma no país e que geralmente elas são usadas em crime cujo motivo é a briga pelo tráfico de drogas, rixas e vinganças entre ex-detentos.
Presidente do Sindipol, Cristiano Ribeiro (Foto: Gil Oliveira)Presidente do Sindipol, Cristiano Ribeiro
(Foto: Gil Oliveira)
"Nem mesmo as campanhas de desarmamentos estão dando resultados, porque só as pessoas de bem entregam as suas. Até mesmo no interior do estado, onde antigamente a maioria dos crimes era praticado com arma branca, hoje quase todas as mortes são por armas de fogo. Precisamos saber por onde está entrando essas armas e a origem delas", ressalta.
A pesquisa revela também que os índices de homicídios no Brasil cresceram 326,1% na faixa etária de 14 a 25 anos. Entre as regiões, o Nordeste foi quem registrou o maior crescimento de morte do país, 73,6%, principalmente pelo elevado aumento dos homicídios em Natal e Salvador, onde os números ultrapassam a casa de 200% na década. Fortaleza, João Pessoa, Maceió e São Luís, com taxas menores, também registraram aumento considerado e são responsáveis pela elevada violência na região.
No Piauí, a alta de homicídios entre toda a população foi de 51,2%, enquanto em Teresina o percentual chegou a 44,2%. Mesmo com alta nos índices, o estado continua com segundo menor número de óbitos do país, enquanto cidades como Alagoas triplicam média nacional de 82%, ou Espírito Santo mais que duplica.
Entre as cidades piauienses, a capital continua como a mais violenta com a taxa de 33,4% dos homicídios, seguido por Picos e Parnaíba. Somente em 2011, a cidade teve 275 jovens assassinados e o crescimento fez com que Teresina subisse quatro posições em três anos, passando de 23ª posição entre as capitais na taxa de homicídios para 19º lugar.
Segundo o Mapa, o aumento da violência entre pessoas dessa faixa etária demonstra a omissão da sociedade e do Poder Público em relação aos jovens, especialmente os que moram nos chamados polos de concentração de mortes, no interior de estados mais desenvolvidos; em zonas periféricas, de fronteira e de turismo predatório; em áreas com domínio territorial de quadrilhas, milícias ou de tráfico de drogas; e no arco do desmatamento na Amazônia que envolve os estados do Acre, Amazonas, de Rondônia, Mato Grosso, do Pará, Tocantins e Maranhão.
Ainda de acordo com o estudo, os acidentes de trânsito são a segunda maior causa externa de mortes entre jovens. Os meios de transportes como carros ou motos foram responsáveis por 27,7 óbitos no mesmo ano em todo o país. No Piauí este percentual é bem maior, chega a 33,2%.

Catarina Costa Do G1 PI

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