A
decisão da presidente Dilma Rousseff de cancelar a visita que faria aos
Estados Unidos devido às denúncias de espionagem do governo americano
ao Brasil foi destacada por alguns dos principais jornais internacionais
nesta quarta-feira.
O britânico The Guardian afirmou que Dilma “esnobou Barack Obama na
terça-feira, ao adiar uma visita oficial a Washington”. “A discussão
entre as maiores economias da América do Norte e do Sul foi o último
desastre diplomático dos documentos secretos divulgados pelo denunciante
americano Edward Snowden“, escreveu o jornal, citando o cancelamento de
uma reunião de Obama com o presidente russo, Vladimir Putin, após a
decisão da Rússia de dar asilo político a Snowden.
O jornal The Guardian afirmou que o cancelamento da visita de Dilma é,
“pelo menos, um atraso para as relações bilaterais, que pareciam estar
melhorando desde que Rousseff chegou ao poder, em 2011″. “Ela foi a
única líder estrangeira neste ano a ser convidada para um jantar de
Estado na Casa Branca, e executivos planejavam usar a visita para
assinar acordos de exploração de petróleo e de vendas de jatos de
combate”, disse a publicação.
O jornal espanhol El País afirmou que a decisão da presidente
brasileira, que ele chamou de “audácia”, favorece-a dentro e fora do
Brasil. “A audácia da presidente brasileira (…) tem dois lados claros:
uma de política internacional e outra de política interna. E, em ambas,
Rousseff parece ter marcado um gol para o brasil”, escreveu a
publicação.
O El País analisou que a presidente brasileira escolheu desafiar Obama,
“a quem fez diretamente responsável pelo escândalo”, pedindo explicações
por escrito na mesma semana. “Todos sabiam que Obama não pediria
perdão, muito menos por escrito e no prazo exigido pelo Brasil, mas com
essa série de exigências, Rousseff passa a ser a primeira presidente
brasileira que soube impor sua autoridade ao líder da primeira potência
mundial”, disse.
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