O Congresso Nacional aprovou um
reajuste de 6,6% no salário mínimo em relação aos atuais R$ 678, que
passa a ser de R$ 724 a partir de 1º de janeiro.
O aumento está previsto na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2014, que foi
aprovada na madrugada desta quarta-feira, 18, em sessão extraordinária.
A proposta segue para sanção presidencial.
"A regra da correção do salário mínimo depende do fechamento do PIB
(Produto Interno Bruto) e da inflação, mas dá para sabermos que ficará
entre R$ 722 e R$ 724. Se tivermos perto de R$ 724 arredondamos para
cima, damos uma força", disse a presidente Dilma Rousseff em entrevista
nesta quarta.
O esforço para aprovar a proposta de Orçamento começou na manhã dessa
terça-feira (17) com a discussão, na Comissão Mista de Orçamento (CMO),
do relatório final da LOA, que foi suspensa por falta de acordo. Os
parlamentares retomaram a discussão no começo da noite, concluindo a
votação pouco antes da meia-noite.
Enquanto ocorria a reunião da CMO, o plenário do Congresso também
aprovou o Projeto de Lei (PLN) 13/13, que altera o Plano Plurianual (PPA
- Lei 12.593/12) 2012-2015, em diversos itens. De acordo com o
Regimento Interno, antes de votar o Orçamento, o PPA teria que ser
aprovado. Com as duas aprovações, os parlamentares iniciaram a sessão de
votação da LOA.
O relator, deputado Miguel Corrêa (PT-MG), agradeceu o esforço dos
parlamentares para aprovar o Orçamento, mas lamentou o que chamou de
"receita enxuta". "Tivemos uma demanda relativa ao tamanho do nosso
país, mas com uma receita enxuta, que significa que a distribuição
desses valores tivesse um peso muito grande dentro das bancadas", disse.
O valor total do Orçamento da União para 2014 é R$ 2,48 trilhões. Do
total previsto para o próximo ano, R$ 654,7 bilhões serão destinados
para o refinanciamento da dívida pública.
O montante reservado para as áreas fiscal, da seguridade social e de
investimento das empresas estatais, soma R$ 1,8 trilhão, sendo R$ 105,6
bilhões para investimento das empresas estatais federais e R$ 1,7
trilhão para orçamentos fiscal e da seguridade social, dos quais R$
100,3 bilhões foram destinados para a Saúde (destes R$ 5,16 bilhões em
emendas parlamentares individuais e coletivas).
Para a Educação a previsão de recursos é R$ 82,3 bilhões. O Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC) receberá R$ 61,7 bilhões.
O relatório elevou o investimento público em R$ 900 milhões para o
próximo ano e manteve despesas com pessoal. De acordo com a proposta o
crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), ficou estipulado em 3,8% e a
inflação medida pelo Índice Nacional de Preço ao Consumidor Amplo
(IPCA), de 5,8%.
Apesar de diminuir em relação ao ano passado, quando ficou em 34,8% do
Produto Interno Bruto (PIB), a dívida líquida ainda permanece em um
patamar alto, estimada em 33,9% do PIB, em 2014.
O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) criticou o montante reservado para o
pagamento da dívida pública e defendeu uma auditoria das contas. "É
preciso rever a concepção central da peça orçamentária que parece que é
um dogma e que significa diminuição do investimento social. Por isso que
o PSOL vota contra esta concepção de Orçamento, acordada coma ampla
maioria [dos parlamentares], mas que não ajuda em uma perspectiva de
país", disse.
Os parlamentares aprovaram ainda a inclusão de R$ 100 milhões para o
Fundo Partidário, aumentando para R$ 364,3 milhões o valor previsto para
2014. De acordo com a legislação, a maior parte do recurso (95%) do
fundo é distribuída de acordo com a proporção de cada partido na Câmara e
5% de forma igual a todos os partidos com registro no Tribunal Superior
Eleitoral.
UOL
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