Parentes de pacientes que usam o canabidiol no tratamento de doenças
graves como a epilepsia comemoraram hoje (14) a reclassificação do
produto, que deixou de ser uma substância proibida e agora é substância
de uso controlado. A decisão foi tomada há pouco, por unanimidade, pelos
membros da diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa).
Katiele Bortoli, mãe de Anny Fisher, avaliou que a reclassificação
representa esperança de qualidade de vida. A filha de Katiele sofre de
um tipo grave de epilepsia e tem diversas crises convulsivas quando não
usa o canabidiol.
"Vocês não têm ideia do que se passa no coração de alguém que está
desesperançoso. Essa reclassificação dá esperança, dá alívio, dá a
sensação de que existe uma luz", disse Katiele. "Não estou dizendo que é
a cura para nenhuma síndrome, mas é a esperança para qualidade de
vida", acrescentou.
Norberto
Fisher, pai de Anny, acredita que não há mais espaço para dúvidas
relacionadas à eficácia do canabidiol no tratamento da epilepsia e de
outro tipo de enfermidade grave. Para ele, a reclassificação da
substância foi consequência do apelo social e não representa nenhum tipo
de decisão política. "Demonstra que o Brasil atingiu maturidade para
debater e discutir a reclassificação do uso medicinal da cannabis".
Júlio Américo Neto, pai de Lorenzo, lembrou que por causa da vinculação
com a maconha, a liberação do canabidiol enfrentou problemas. O filho de
Júlio sofre de epilepsia refratária e também utiliza a substância para
conter as crises convulsivas.
"A reclassificação é um passo importante. A Anvisa está dando uma
contribuição histórica para aliviar o sofrimento de milhares de
pacientes com enfermidades tratáveis com a cannabis", disse Júlio. Ele
ressaltou que a reclassificação abre caminho para o avanço das
pesquisas.
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