PARNAÍBA-PIAUÍ
Maria Lauane Fontenele (vítima). Foto: reprodução. |
Maria Lauane Fontenele (vítima). Foto: reprodução. |
Na madrugada desta segunda-feira 6, morreu mais uma das vítimas de um suposto caso de envenenamento em Parnaíba. A menina de três anos, juntamente com outros cinco membros de sua família deram entrada no Hospital Dirceu Arcoverde-HEDA em Parnaíba, após sofrerem uma intoxicação alimentar. Com a morte da criança já são três membros da mesma família mortos com suspeita de envenenamento.
As duas primeiras vítimas foram identificados como Igno Davi Silva, de 1 ano e 8 meses e Manoel Leandro da Silva, de 18 anos, que morreu antes da chegada da ambulância na casa onde morava.
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Uma menina de 4 anos que também deu entrada no HEDA apresentando o mesmo quadro de saúde, foi transferida para o HUT em Teresina onde permanece internada na UTI pediátrica desde a última sexta-feira 3.
Todas as vítimas são parentes de João Miguel, 7 anos, e Ulisses Silva, 8 anos, mortos após ingerirem cajus envenenados por uma vizinha em agosto do ano passado. Três das crianças envenenadas este ano são irmãs dos dois meninos. A polícia civil investiga se os casos estão relacionados.
Entenda o caso
No dia 1° de janeiro de 2025, pelo menos nove pessoas da mesma família apresentaram sintomas de intoxicação alimentar após ingerir alimentos possivelmente envenenados. Anteriormente eles teriam recebido a doação de uma cesta básica de estranhos além de um saco com manjubas de um casal, entretanto a polícia civil descartou a possibilidade de que as manjubas doadas pelo casal estivessem contaminadas.
Um laudo da Polícia Científica do Piauí constatou que havia certa quantidade de chumbinho no arroz consumido pela família no primeiro dia do ano.
A polícia informou que estão sendo realizados exames periciais para esclarecer as circunstâncias do ocorrido.
Por Eric Souza, Tiago Mendes, g1 PI, TV Clube
A tragédia da família envenenada no Piauí
Lauane da Silva, de três anos, morreu na madrugada desta segunda-feira (6) no Hospital de Urgência de Teresina. Ela estava internada desde a última quarta-feira (1º), junto a outras oito pessoas da mesma família, após comer arroz envenenado com uma substância tóxica semelhante ao "chumbinho". Além dela, o irmão de um ano e oito meses e o tio de 18 anos também morreram (saiba quem são as vítimas).
Ao todo, três familiares morreram e quatro receberam alta. A mãe de Lauane, Francisca Maria da Silva, de 32 anos; e a irmã dela, uma menina de quatro anos, continuam internadas. Francisca está no Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (Heda), em Parnaíba, enquanto a outra garota está no HUT.
O laudo pericial do Instituto de Medicina Legal (IML) sobre a comida que foi ingerida pela família revelou que o veneno estava no baião de dois (arroz preparado com feijão) preparado por eles no dia anterior. Com o resultado, a Polícia Civil do Piauí (PCPI) investiga o caso como homicídio (entenda abaixo).
Segundo o médico Antônio Nunes, diretor do IML, o veneno foi colocado em grande quantidade no baião de dois. "Estava em todo o arroz, em grânulos visíveis", comentou o médico.
Já no peixe que foi doado à família na noite do dia 31, nada foi encontrado. A princípio, suspeitou-se que o peixe estivesse envenenado ou mesmo estragado, mas o exame pericial afastou essa possibilidade, e o casal que o entregou às vítimas não é mais considerado suspeito pela Polícia.
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Laudo confirma envenenamento em almoço de família no Piauí — Foto: Reprodução/TV Globo
A substância encontrada foi o veneno "terbufós", da classe dos organofosforados, utilizado como inseticida e nematicida (pragas de plantas). Ele ataca o sistema nervoso central e a comunicação entre músculos, causando tremores, crises convulsivas, falta de ar e cólicas. Os efeitos aparecem pouco tempo depois da exposição ao veneno, podem deixar sequelas neurológicas e causar a morte.
A substância é a mesma que foi usada para envenenar, em 2024, dois meninos de 7 e 8 anos da mesma família, filhos de Francisca Maria. Os dois meninos comeram cajus contaminados com a substância que foram dados a eles por uma vizinha. A mulher está presa por duplo homicídio qualificado.
Agora, a Polícia Civil investiga como o veneno chegou ao baião de dois. "É impossível ter ido parar lá sem intenção de alguém", comentou o delegado Abimael Silva.
Três pessoas morrem com suspeita de envenenamento no litoral do Piauí — Foto: Montagem/g1
No dia 31 de dezembro de 2024, noite de Réveillon, a família preparou uma ceia para comemorar a virada: carne, feijão tropeiro e baião de dois. Todos comeram, se divertiram e, de madrugada, alguns foram dormir e outros voltaram para suas casas.
No dia seguinte, 1º de janeiro, eles retornaram à casa, e havia sobrado parte do baião de dois.
Pela manhã, um casal que realiza um trabalho social de doação de alimentos passou pela casa e doou para a família parte dos peixes que haviam doado também para outras casas da região.
A família então fritou os peixes e serviu no almoço do dia 1º, para acompanhar o baião de dois. Poucos minutos depois, começaram a sentir os efeitos do envenenamento.
Segundo o delegado, o veneno foi colocado no arroz no dia 1° de janeiro, porque a família comeu o mesmo prato, da mesma panela, na noite de Réveillon.
"No dia 31, a família fez o baião de dois e consumiu, mas ninguém passou mal. Só depois do meio dia do dia 1º começaram a sentir os efeitos", comentou o delegado.
Com a conclusão dos laudos, os investigadores buscam descobrir quem cometeu o crime: se foi alguém da família ou se outra pessoa entrou na casa sem ser percebido e envenenou o baião de dois.
Manoel Leandro da Silva, de 18 anos, e Igno Davi da Silva, de 1 ano e 8 meses — Foto: Jornal Nacional/Arquivo pessoal
Ao todo, nove pessoas de uma mesma família passaram mal e foram hospitalizadas na última quarta-feira (1º) após comerem o almoço do dia 1º de janeiro. Três morreram: um bebê de um ano e oito meses, uma criança de três anos e um jovem de 18 anos.
Lauane e a irmã de quatro anos foram transferidas na última sexta-feira (3) para o HUT. A mãe delas, Francisca Maria, segue internada no Heda, em Parnaíba.
Outros dois parentes delas, um homem de 53 anos e uma criança de 11, receberam alta na sexta.
As vítimas são: