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segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Piauiense mora no RS e conta como perdeu amigos em boate

Mais de 230 jovens morreram na tragédia que abalou o país neste final de semana. Piauiense conta como soube.

Atualizada às 07h17

A estudante piauiense Ana Paula Cardoso contou, por telefone, ao Notícia da Manhã, como perdeu amigos na tragédia que matou mais de 230 jovens na boate Kiss, na cidade de Santa Maria (RS), na madrugada deste domingo (27). 

Ana Paula disse que estava em uma festa na cidade de Santana do Livramento, onde reside, quando recebeu um telefonema de amigos, avisando o que tinha acontecido.

"Eu estava numa festa quando uma amiga me ligou. Inicialmente, o que se sabia é que tinham sido 19 mortos, até então. Tinha amigos, conhecidos. O sentimento é de impotência", contou.

A estudante afirmou também que foi três vezes a essa boate. Na noite da tragédia, cerca de mil pessoas estavam no local. 

Foto: Reprodução/ Facebook
Cinthia Schmidt

A tragédia que parou o Brasil neste domingo (27) e matou cerca de 232 jovens na Boate Kiss, em Santa Maria no Rio Grande do Sul, deixou gaúchos que moram no Piauí em estado de alerta em busca de notícias. A psicóloga gaúcha Cinthia Schmidt, que vive no Piauí há cinco anos, contou ao Cidadeverde.com que perdeu pelo menos dois amigos na tragédia.

"Eu acordei hoje de manhã com a ligação da minha prima, que mora há cinco quarteirões dessa boate, comentando que um amigo nosso faleceu e outro está desaparecido. A família dele não conseguiu identificar ainda, estamos em choque", afirmou a psicóloga.

O estudante Ivan Munchen, de 24 anos é um dos amigos da jovem que morreu na tragédia da Boate Kiss. O jovem cursava medicina veterinária e é da mesma cidade (Cândido Godói) onde a psicóloga morava antes de vir ao Piauí.

Foto: Reprodução/ Facebook
Ivan Munchen, vítima da tragédia da Boate Kiss

Segundo Cinthia, a cidade de Santa Maria, local da tragédia, é um dos três pólos estudantes para quem mora no interior do RS. "Os jovens vão para três direções: Santa Maria, Rio Grande ou Pelotas, então lá é uma cidade que concentra muitos universitários".

"Eu ainda estou chocada. Acordei com essa notícia hoje, com mensagens das minhas amigas do Sul e depois a ligação da minha irmã. Como a gente está longe fica a preocupação de que vai ter mais conhecidos mortos na tragédia. A cidade é muito conhecida, então todo mundo tem parentes, amigos por lá", desabafou Cinthia.

De acordo com a psicóloga, a boate Kiss, local da tragédia é muito conhecida na cidade e recebe centenas de jovens todos os fins de semana. "É uma das melhores da cidade", comentou. Cinthia relata também que o conteúdo das mensagens que tem recebido de amigos da região são de muita tristeza, mas também críticas ao local e a postura de um dos sócios da boate, que ainda não se pronunciou. "O Estado todo está de luto e revolta, está tudo parado", comentou.


Em entrevista ao programa da Eliana deste domingo(27), o comandante geral do Corpo de Bombeiros do RS, Guido de Melo, afirmou que o local tinha sinalização de emergência e iluminação de emergência em todos extintores da boate. "O que causou o incêndio foi que eles usaram aqueles artefatos de fogo dentro de um local fechado, que é totalmente proibido". Informação que é rebatida por Patrícia uma jovem sobrevivente, que afirma que não havia sinalização e ninguém conseguia ver a saída.


Segundo o comandante o local tinha capacidade para cerca de mil pessoas e os relatos são de que haviam cerca de duas mil no local. "Realmente o Corpo de Bombeiros se deparou com uma pilha de pessoas mortas e outras agonizando logo na entrada, é um cenário terrível", relatou o comandante.

Segurança

"Minha prima disse que a imprensa local está divulgando isso : Testemunhas relataram que os seguranças da casa de shows fecharam a porta principal para impedir que as pessoas saíssem sem pagar". A informação de que a porta principal foi trancada foi confirmada pelo comandante Guido Pedroso, do Corpo de Bombeiros.

Fotos: Divulgação

Aproximadamente 200 pessoas foram levadas aos hospitais da região, que estão solicitando auxílio de profissionais para atendimento. Nesse momento, pelo menos oito pessoas estão internadas em estado gravíssimo. Segundo um segurança que trabalhava na boate no momento do incêndio, entre mil e duas mil pessoas estavam no local. A maioria adolescentes.
fonte
Rayldo Pereira e Leilane Nunes
redacao@cidadeverde.com

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