O
Ministério da Saúde informou nesta segunda-feira (25) que aumentou em
190% os casos notificados de dengue em todo o país. Segundo os números
divulgados, entre 1º de janeiro e 16 de fevereiro de 2013, foram
registrados 204.650 casos. No mesmo período de 2012 foram 70.489
notificações.
Os casos
de mortes caíram no mesmo período, de acordo com o governo. Foram 33
óbitos entre janeiro e fevereiro deste ano, contra 41 no mesmo período
de 2012.
Para o
Ministério da Saúde, a elevação na quantidade de casos de dengue se deve
à circulação de um novo tipo da doença, o DENV-4, um dos quatro
sorotipos existentes no país. Dados indicam que essa cepa foi
responsável por 52,6% das amostras verificadas nos casos confirmados.
“Um
sorotipo em local onde nunca circulou encontra vários indivíduos
suscetíveis. [...] Encontra um país todo suscetível. Atingiu municípios
grandes, como Cuiabá, Campo Grande, Goiânia, Uberaba. Isso fez subir o
número de casos”, afirmou Jarbas Barbosa, secretário de Vigilância em
Saúde do Ministério da Saúde.
Oito
estados concentraram 84,6% do total de casos no começo deste ano: Mato
Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná,
Mato Grosso e Espírito Santo.
A pior
situação, segundo o governo, ocorre em Mato Grosso do Sul. Enquanto em
todo o país a incidência de casos é de 105,5 para cada grupo de 100 mil
habitantes, no estado a taxa sobe para 1.677,2 casos a cada 100 mil
habitantes. “A mensagem principal é de alerta. Estamos no verão e está
tendo transmissão em todos os estados. Temos que redobrar a atenção”,
disse Jarbas Barbosa.
Epidemia
O ministro
da Saúde, Alexandre Padilha, destacou que cinco estados do país vivem
uma epidemia de dengue: Mato Grosso do Sul, Goiás, Acre, Mato Grosso e
Tocantins. É considerado estado de epidemia quando há incidência maior
do que 300 casos a cada 100 mil habitantes.
“Temos
epidemia em estados e municípios do país. Oito estados concentram 83%
dos casos nessas primeiras sete semanas do ano. E aqueles lugares que
não estão classificados como epidemia não podem reduzir os cuidados”,
disse o ministro.
Levantamento
de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) mostrou que,
em janeiro deste ano, 267 municípios estavam em situação de risco para
dengue e 487 em situação de alerta. Foram analisados, ao todo, 983
municípios.
Considerando
as capitais, há risco de epidemia em Palmas (TO) e Porto Velho (RO).
Estão em situação de alerta Belém (PA), Manaus (AM), Rio Branco (AC),
Aracaju (SE), Fortaleza (CE), Maceió (AL), Recife (PE), Salvador (BA),
São Luís (MA), Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF),
Campo Grande (MS) e Goiânia (GO).
Casos graves e óbitos em queda
O governo divulgou ainda que houve retração na quantidade de casos graves e óbitos em razão da doença;
Entre 1º de janeiro e 16 de fevereiro de 2013 foram 324 casos graves contra 577 no mesmo período de 2012, número 44% menor.
Foram
contabilizados ainda 33 mortos pela doença até fevereiro deste ano —
queda de 20% na comparação com o ano anterior, quando 41 pessoas
morreram. “Os dados mostram o quanto a luta para reduzir casos de óbito e
casos graves é permanente em todo o país”, afirmou o ministro Alexandre
Padilha.
Segundo o
governo, a redução nos casos graves e óbitos se deve às medidas
adotadas pelo Ministério da Saúde em parceria com estados e municípios,
como capacitação de profissionais e reforço na área de vigilância à
saúde.
Os
sintomas da dengue são os mesmos para os quatro tipos da doença que
circulam pelo país: febre alta, dores no corpo e nas articulações,
vômitos, manchas vermelhas no corpo, entre outros.
Para
Jarbas Barbosa, as famílias devem atentar para a forma de armazenamento
da água nas residências. “É possível armazenar água de forma segura. Com
menos de 15 minutos, é possível fazer a verificação de seu ambiente.
Isso reduz a oferta de criadouros para que o mosquito da dengue não se
multiplique.”
Cuidados
Alexandre
Padilha destacou, após a divulgação dos números, que a DENV-4 não é mais
mortal que os demais tipos. No entanto, ele lembrou que quem já teve
algum outro tipo da doença pode desenvolver um caso mais grave ao pegar
um sorotipo diferente.
“Toda
pessoa que já teve algum tipo de dengue, se pegar outro tem chance maior
de desenvolver doença grave”, lembrou. Segundo Padilha, as pessoas que
já tiveram dengue devem procurar o serviço de saúde o mais rápido
possível no caso de sintomas da doença.
Fonte: meionorte.com
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