“É assim que a polícia de Parnaíba
resolve o caso? Sem investigação? Sem julgamento? Então na troca de
tiros aconteceu tudo isso com a cara do “SUSPEITO”?
Por quê toda a polícia de Parnaíba se mobiliza quando um suspeito
cometeu um crime contra um policial e nunca quando é um civil?”,
escreveu Paula Vergany Ramos, usuária do Facebook.
No que pese o desaparecimento de um policial militar que prestava bons
serviços à segurança pública de Parnaíba, é preocupante ver tantas
apologias à execução sumária de bandidos, embora não existam provas de
que isso aconteceu em Parnaíba. As pessoas, nas redes sociais
“comemoram” a morte do indivíduo conhecido por “Choop” que executou o
soldado R. Carlos, do Grupo Tático, nas primeiras horas desta
Sexta-Feira Santa.
Quem tem o mínimo de responsabilidade e preocupação com o estado
democrático de direito não deve, jamais, apoiar estas manifestações
apologéticas em favor da execução sumária, seja qual for o perfil do
infrator. Repito, não há provas disso, apenas uma profusão de
comentários nas redes sociais sugerindo que tal fato tenha ocorrido.
Afirmar que a Polícia executou deliberadamente seria, também, fazer um
julgamento arbitrário. No entanto, a dúvida persiste na sociedade. Teria
a Polícia feito justiça, quando este papel cabe apenas ao Judiciário?
Pelo sim e pelo não, vale lembrar que já não se admite mais a justiça
privada e nem tribunais de exceção. Por mais bárbaro que seja um crime
todo indivíduo só pode ser condenado em face do devido processo legal,
ou seria a volta da vingança privada, ou vindita.
Ora, uma pessoa ou corporação atacada em seus direitos ou em suas
prerrogativas não teria legitimidade para agir no sentido de resolver um
conflito, pois passou a ser PARTE. Julgamento feito por quem é PARTE
passa a ser autotutela, o que é ilegal na quase totalidade dos casos.
Ora, em face da execução de um policial militar, a Polícia Militar é
PARTE. E, como parte, não poderia ser a mesma força a capturar o
assassino. Outra força policial deveria ter sido acionada para tal
tarefa. Infelizmente isso acontece no Brasil todo e desconheço a
existência de leis que disciplinem esta questão.
Não estou afirmando que no caso do assassino Choop tenha ocorrido
execução sumária e deliberada. No entanto a sociedade se manifesta nas
redes sociais aludindo esta possibilidade. Se outra força policial, que
não a militar tivesse cuidado do caso, dificilmente estariam acontecendo
estes tipos de ilações.
Por: F. Carvalho, jornalista
a24horas.com
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