Lopes explica que a situação já se tornou irreversível e que, mesmo com a ocorrência de chuvas, as condições da colheita devem piorar. “Se entrarmos em um período chuvoso é que tudo acaba mesmo, pois a floração do caju irá cair e se ressecar, o que contribui para a não fecundação”, explica. Segundo dados da Sudene, o Piauí ocupa atualmente o 2º lugar no ranking de produção do fruto, atrás somente do Ceará.
No Piauí, a maior produção de caju é realizada no sul do Estado, na microrregião de Picos. Os agricultores e empresários da região, que fazem exportação do produto, correm risco de terem grandes prejuízos. “Estive lá há quinze dias e vi que a circunstância está pior que em Teresina, já que existem produtores com mais de 100 hectares de cajueiros”, conta o agrônomo.
As seis indústrias de extração de suco da localidade praticamente não fazem mais engarrafamento por conta da falta de matéria-prima. Uma caixa com 20 quilos de caju, que no auge da safra custa R$7, é vendida atualmente por R$30.
A cajuína, bebida preparada a partir do suco de caju, também quase não é produzida, segundo o engenheiro. O pesquisador revelou ainda que se fabricada, o preço do líquido aumentará.
O engenheiro agrônomo, disse que a recomendação para os próximos anos, para que esse transtorno seja evitado, é a irrigação por gotejamento. O sistema é considerado um dos mais eficientes, por proporcionar economia de água e ser direcionado para a raiz da planta.
“O caju não suporta muita umidade no fruto. Se tiver muita água no pedúnculo, região que antecede a flor ou o fruto, ele apodrece. O produtor que tiver condições deve fazer essa irrigação [gotejamento] para que ao menos ele consiga uma renda pra sustentar sua família”, conclui.
Fonte: Portal O Dia
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