Mãe de morta por overdose tentou internar filha, mas não existiam vagas
Maria Cleone procurou Conselho Tutelar dias antes da morte da filha.
Adolescente de 15 anos passou mal após consumir crack e veio a óbito.
A mãe da adolescente de 15 anos encontrada morta com suspeita de overdose, Maria Cleone do Nascimento Ferreira, relatou os momentos de dor e agonia ao conviver com uma filha viciada. Natália Ferreira do Nascimento passou mal após o consumir crack e veio a óbito dentro de um carro por volta das 17h dessa quarta-feira (3), na Vila Irmã Dulce, Zona Sul de Teresina.
Mãe conta que buscou ajuda para tratar a filha dependente química (Foto: Catarina Costa/G1)
Segundo a dona de casa, a filha começou a usar drogas aos 13 anos
quando distanciou-se da escola após um acidente de moto. "Ela passou
vários dias em casa depois que saiu da escola, mas logo começou a andar
com pessoas erradas. Às vezes ela chegava falando que estava com fome,
comia toda hora e continuava magra. Eu estranhei e perguntei o que
estava acontecendo, então Natália me contou que usava drogas", lembrou.Preocupada, a mãe perguntou qual droga a adolescente estava usando e a filha disse que utilizava todos os tipos, mas o crack era a mais forte. Maria Cleone contou também que, para sustentar o vício, Natália chegava a pegar objetos de casa para vender.
Avô comenta agressividade da neta após uso de
drogas (Foto: Catarina Costa/G1)
O avô da jovem, Francisco Alves, falou que a neta se tornou agressiva e
chegou a ser internada no ano passado, durante um mês no Hospital do
Mocambinho para tratamento, mas após liberação voltou ao consumo. "É
triste uma situação dessa. Eu não desejo isso nem para um inimigo.
Perdemos uma menor de idade para as drogas. Dói muito", lamentou.drogas (Foto: Catarina Costa/G1)
Maria Cleone disse que pediu várias vezes a Natália que abandonasse as drogas, insistiu uma nova internação, mas a jovem se recusava. "Eu dizia para ela largar esta vida, que não queria perdê-la e a Natália sempre prometia abandonar o crack e que nunca iria me deixar", frisou a mãe.
Parentes mostram foto de jovem aos 13 anos, quando
iniciou o vício (Foto: Catarina Costa/G1)
Ainda de acordo com a mãe, já era costume a filha sumir por um período e
que há três dias não aparecia, mas na noite anterior à sua morte,
Natália voltou pra casa.iniciou o vício (Foto: Catarina Costa/G1)
"Ela chegou aqui bêbada querendo comer e depois começou a chorar, falando que a droga era mais forte e não conseguia resistir. Perdiu perdão pelo o que estava fazendo comigo e disse saber da sua morte. Depois saiu e eu não a vi mais", ressaltou chorando.
Maria Cleone comentou ter ido ao Conselho Tutelar na semana passada procurar vaga para internar a adolescente, mas não conseguiu. "Eles falaram não ter vagas para mulheres dependentes e pediram para aguardar. Eu insisti, avisei que perderia minha filha", disse.
Mesmo lamentando a morte de Natália, a mãe faz um apelo aos pais de jovens para que eles não entrem no mundo das drogas. "Eu peço às mães para terem cuidado com os seus filhos, que estes obedeçam os seus pais. É uma dor imensa perder uma filha dessa forma", alertou.
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