É esperado que um vigilante tenha postura firme, coragem e saiba se impor.
Essas características não faltam a Milena Sara Sandim. Ela deixou de ser
André aos 14 anos e hoje, aos 28, é a primeira travesti formada
vigilante no país. A coragem de assumir a orientação sexual, que marcou a
vida pessoal, no entanto, parece atrapalhar a profissional.
- Quando passei a morar com o Alessandro (seu marido), me interessei
pela atividade dele, que é vigilante há anos - conta ela, que se formou
no curso em maio e, desde então, tenta sem sucesso entrar no mercado de
trabalho.
No curso de vigilante, Milena recebeu menção honrosa. Foi nota 10 em
prevenção e combate a incêndio e conquistou média 8,51, com aprovação
sem ressalvas em armamento em tiro e primeiros socorros. Quando se
candidata a uma vaga de trabalho, Milena precisa se identificar como
André, com a observação de que é travesti. Nunca foi chamada para uma
entrevista sequer.
- A sociedade me cobra uma profissão que ela considere digna. Me
qualifiquei naquilo que gosto e agora a mesma sociedade me fecha as
portas e me inclina novamente para as ruas. Entrei para um curso de
formação, aprendi a abordar, imobilizar, atirar.
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