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quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Travesti que se formou vigilante diz que não consegue trabalho


É esperado que um vigilante tenha postura firme, coragem e saiba se impor. 
Essas características não faltam a Milena Sara Sandim. Ela deixou de ser André aos 14 anos e hoje, aos 28, é a primeira travesti formada vigilante no país. A coragem de assumir a orientação sexual, que marcou a vida pessoal, no entanto, parece atrapalhar a profissional.
- Quando passei a morar com o Alessandro (seu marido), me interessei pela atividade dele, que é vigilante há anos - conta ela, que se formou no curso em maio e, desde então, tenta sem sucesso entrar no mercado de trabalho.
No curso de vigilante, Milena recebeu menção honrosa. Foi nota 10 em prevenção e combate a incêndio e conquistou média 8,51, com aprovação sem ressalvas em armamento em tiro e primeiros socorros. Quando se candidata a uma vaga de trabalho, Milena precisa se identificar como André, com a observação de que é travesti. Nunca foi chamada para uma entrevista sequer.
- A sociedade me cobra uma profissão que ela considere digna. Me qualifiquei naquilo que gosto e agora a mesma sociedade me fecha as portas e me inclina novamente para as ruas. Entrei para um curso de formação, aprendi a abordar, imobilizar, atirar.

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