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segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Motorista Gregório dos Santos pode se tornar o primeiro santo piauiense


Árvore onde Gregório foi morto pelo delegado Florentino (Foto: Gilcilene Araújo/G1)
Árvore onde Gregório foi morto pelo delegado Florentino (Foto: Gilcilene Araújo/G1)
O Piauí pode ter seu primeiro santo. Um grupo de pesquisadores e fiéis em Teresina colhem provas para mostrar ao Vaticano que pessoas alcançaram graças após rezarem para o motorista Gregório Pereira dos Santos, morto em outubro de 1927. O motorista foi torturado e assassinado pelo delegado de Barras, Florentino Cardoso. Na época, o filho do delegado morreu após um acidente de carro conduzido por Gregório. 
Cartaz do convite para a missa campal de beatificação (Foto: Gilcilene Araújo/G1)
Cartaz do convite para a missa campal de beatificação
(Foto: Gilcilene Araújo/G1)
Neste sábado (2), o grupo cultural Brigada Mandu Ladino promove em parceria com a Igreja católica uma missa campal pela beatificação do Motorista Gregório. A celebração eucarística acontece no monumento localizado na Avenida Marechal Castelo Branco, Zona Norte de Teresina.
O  grupo de pesquisadores pediu antecipadamente aos fiéis que levassem a graça alcançada por escrito com o nome e endereço. Esta documentação será enviada para o Vaticano iniciar o processo de beatificação e canonização de Gregório dos Santos.
Conheça a história do motorista Gregório
O economista e escritor Eneas Barros realizou uma pesquisa sobre a morte do motorista e lançou um livro que conta a história em 2008. Ele frisa que o livro é uma obra de ficção baseada em fatos reais. Em enrevista ao G1, Eneas relata o que descobriu após ler diversos jornais e documentos da época.
Economista e escritor Eneas Barros realizou uma pesquisa sobre a morte do motorista (Foto: Gilcilene Araújo/G1)
Economista e escritor Eneas Barros realizou uma
pesquisa sobre a morte do motorista (Foto: Gilcilene
Araújo/G1)
“A forma como Gregório foi morto chocou a sociedade teresinense. Ele era natural da Paraíba e chegou em Barras para trabalhar como motorista de um empresário, no entanto, seu patrão vendeu o veículo para Paróquia de Nossa Senhora da Conceição e Gregório passou a trabalhar com Monsenhor Lindolfo Uchôa. No dia do acidente, Barras estava em festa porque receberia o Bispo de Teresina, Dom Severino Vieira de Melo, e quando Gregório passava em frente a casa do delegado o filho dele atravessou na frente do carro. Gregório não conseguiu frear a tempo para evitar a batida”, contou o escritor.
Eneas Barros conta que o filho do delegado faleceu logo após o acidente. Com a morte da criança, Florentino trouxe Gregório para Teresina acorrentado, proibido de beber e comer desde o momento em que foi preso no dia do acidente. Florentino, Gregório, o corpo da criança e alguns soldados vieram de Barras para Teresina em cima de um caminhão, de um lado estava o motorista e do outro o filho do delegado dentro do caixão.
“Florentino estava inconformado como falecimento do seu único filho e por isso afirmava que Gregório iria pagar pela morte da criança. Quando chegou em Teresina, Gregório foi acorrentado em uma árvore às margens do Rio Poti e morto com um tiro no ouvido. No entanto, os devotos acreditam que o motorista morreu com sede e fome, sem que lhe ouvissem as súplicas”, revelou o escritor.
Um monumento foi construído no local onde Gregório dos Santos morreu (Foto: Gilcilene Araújo/G1)
Um monumento foi construído no local onde Gregório dos Santos morreu (Foto: Gilcilene Araújo/G1)
A morte de Gregório dos Santos abalou a cidade de Teresina, transformando a vítima em um mártir venerado por muitos. Um monumento foi construído no local onde Gregório dos Santos morreu. No local há diversas mensagens de agradecimento por graças alcançadas. Os devotos também deixam garrafas com água, alguns acreditam que quando o líquido evaporar seus pedidos serão realizados, já outros devotos afirmam que o gesto é uma forma de matar a sede de Gregório.
Pessoas deixam garrafas com água e parte de corpo feitas em madeira  (Foto: Gilcilene Araújo/G1)
Pessoas deixam garrafas com água e parte de corpo
feitas em madeira (Foto: Gilcilene Araújo/G1)
Em algumas destas homenagens há relatos de pessoas que conseguiram alcançar um objetivo ou foram beneficiadas por uma graça, após rezarem para o motorista. Também há partes do corpo humano feitas em madeira, o que segundo a Igreja Católica, são símbolos deixados por pessoas que tiveram alguma enfermidade nesta região do corpo e atribuem sua cura ao motorista Gregório.
A servidora pública Sandra Freitas, 51 anos, diz ter conseguido uma graça depois que pediu ao motorista que intercedesse por um sobrinho que estava desempregado. “Eu pedia a ele que mediasse junto a Jesus Cristo por meu sobrinho que estava desempregado. Um mês após a oração ele começou a trabalhar. Em agradecimento, levo flores, água e acendo velas em seu monumento”, disse.
Fonte: G1

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