A Coordenação da Ortopedia do Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (HEDA) informou, quanto ao caso do José Demerson de Souza de Carvalho,
de 13 anos, natural de Chaval (CE), vítima de uma queda de cavalo, que
não houve negligência; mas a evolução de um quadro grave.
Braço amputado de menino não foi negligência afirma Maynard Filho, o chefe da ortopedia do HEDA.
Maynard Gomes de Sá Quirino Filho,
coordenador do setor no HEDA, disse que o garoto sofreu uma luxação no
cotovelo, que é a lesão mais grave na ortopedia. Informou que Demerson
foi atendido no dia 18 de dezembro do ano passado e recebeu alta na
sexta-feira (20), e retornou no dia seguinte. A família relatou que não
foram trocados os curativos e a atadura estava muito apertada. Ele teve o
braço direito amputado.
José Demerson de Souza de Carvalho, de 13 anos.
O ortopedista Maynard Filho informou que
foi feita retirada de tecido desvitalizado, a lavagem com soro
fisiológico e raio X de controle do internado. Segundo o médico, o
menino estava com o braço necrosado (com tecido morto) pelo agravo da
infecção e recebeu antibiótico venoso. Maynard destacou que havia areia
no local da lesão e indícios de fezes de animal. A diretoria do HEDA informou, em nota, que a infecção pode ter sido agravada pela bactéria do tipo Clostridium perfringens.
Local onde Demerson caiu.
Disse ainda que a família não medicou o
menino, segundo as recomendações, por não ter dinheiro para aquisição
dos antibióticos. O chefe de ortopedia do HEDA, falou que José Demerson
de Souza de Carvalho foi avaliado por oito ortopedistas que decidiram
salvar a vida do paciente, evitando uma infecção generalizada, ao
amputar o braço.
Outro agravante, na lesão citada
conforme o ortopedista, foi a demora no atendimento que levou mais de
quatro horas. Segundo ele, a literatura ortopédica deixa evidente que a
cada hora de luxação exposta sem tratamento aumenta em 10% o risco de
infecção e que o paciente teve mais de 40% de chances de evolução
inflamatória. Afirmou que o menino veio potencialmente contaminado do
local do trauma.
O Proparnaiba.com esteve na manhã desta
segunda-feira (06) na casa de Demerson Carvalho, no bairro Escondido, em
Chaval do Ceará, onde ele estava no hospital da cidade para retirar
alguns pontos da cirurgia. O garoto esta recebendo apoio da família e
vem tentando se adaptar a escrever com a mão esquerda. Por instantes ele
chora, ao refletir sobre sua situação, e depois sorri na presença dos
amigos que o alegram.
O avô de Demerson, o José Ribeiro, disse
que ao retornar de Parnaíba seu neto estava com a mão fria e depois do
segundo procedimento, com a amputação, ficou sentido e abalado. Pois
sustenta e é muito apegado ao menino, a ponto de ser chamado de pai. A
família é muito humilde e vive no subúrbio. O local onde aconteceu o
acidente é um lago raso muito frequentado por animais.
Daniel Santos para o Proparnaiba.com
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