O vídeo acima, produzido em 2010 com a
concordância expressa da esposa de um preso da Penitenciária Odenir Guimarães
(POG, antigo CEPAIGO), em Aparecida de Goiânia, Goiás, mostra como se dá a
revista de uma mulher ao visitar o companheiro preso no regime fechado.
O propósito do vídeo é chamar a atenção, mostrar
o sufoco e também a humilhação, especialmente das mulheres, sejam mães,
esposas, filhas ou amigas de presidiários brasileiros.
UM ANO E MEIO SEM REVISTA VEXATÓRIA EM GOIÁS
Nenhuma pessoa precisa despir-se para ingressar
em qualquer dos estabelecimentos prisionais goianos desde 19/julho/2012, data
de publicação da Portaria n° 435/2012, da antiga AGSEP, hoje Secretaria de
Estado de Administração Penitenciária e Justiça (SAPEJUS):
Embora não exista um diagnóstico sobre a
experiência (o que seria bastante interessante), não há qualquer indicativo de
que tenha aumentado a incidência dos problemas que para muitos são relacionados
às visitas, como ingresso de celulares e drogas nos presídios.
Também não houve a necessidade da aquisição de
scanners corporais ou outros recursos de alta tecnologia. Os recursos de antes
são os mesmos de agora. Houve, sim, uma mudança de atitude quanto ao respeito
aos Direitos Humanos dos visitantes, principalmente das mulheres, o que tem
produzido um ambiente mais ameno no cárcere. Também os agentes prisionais,
resistentes à humanização dos procedimentos num primeiro momento, hoje são em
sua maioria favoráveis à nova rotina, uma vez que a revista vexatória era
também altamente constrangedora para os profissionais da segurança prisional.
O que foi decisivo para a mudança ocorrida em
Goiás foi a divulgação do vídeo acima, que foi produzido em 2010, disponível
acima.
Fruto da coragem de uma mulher que concordou em
ser filmada durante o antigo procedimento e que se dispôs a denunciar, com a
exposição do seu próprio corpo, a absurda violência institucional que era
cometida pelo Estado de Goiás contra as pessoas, principalmente mulheres e de
todas as idades, que passam pela dura experiência de ter um parente, amigo ou
companheiro preso. Denúncia que ainda é atual e necessária. Afinal, em pleno
Século XXI, a rotina da revista vexatória se faz presente em quase todos os demais
Estados brasileiros.
Fonte: Folha Social
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