A Prefeitura de São Paulo divulgou em seu site o balanço do primeiro ano
de funcionamento do programa “De Braços Abertos”, que oferece trabalho e
moradia para usuários de drogas na área conhecida como Cracolândia, na
Luz, região central de São Paulo.
Segundo a gestão municipal, houve redução de 80% na concentração de
pessoas que usam crack – o “fluxo” – no trecho entre a Alameda Cleveland
e a Rua Helvétia, onde foi instalado um posto do programa municipal.
De acordo com a Prefeitura, o fluxo era de 1.500 pessoas por dia e caiu
para 300 no período. Na tarde de ontem, a reportagem esteve na região e
registrou ao menos 700 pessoas no local, algumas dormindo e outras
usando crack.
A favelinha de lona, construída contra a vontade dos coordenadores do
projeto por facilitar o tráfico e ocupar a calçada, estava montada e
reunia grupos de usuários.
Segurança
Ainda segundo o balanço, houve redução da criminalidade na Cracolândia. O
número de furtos caiu de 582 em 2013 para 392 no ano passado. Já a
apreensão por tráfico de entorpecentes aumentou de 96 para 176 no mesmo
período. Os dados são da Polícia Militar.
Ao longo do último ano, também foram realizadas 6.344 abordagens pela
Guarda Civil Metropolitana na região, no apoio ao trabalho da PM, e 319
prisões (91 com crack). No total, a GCM apreendeu 2.486 pedras de crack.
Presidente do Conselho Comunitário de Segurança de Santa Cecília, Fábio
Fortes criticou os dados. “Isso é uma fantasia. Os crimes não
diminuíram. As pessoas perderam a disposição para fazer o boletim de
ocorrência. Esse relatório está debochando da comunidade local e dos
bairros vizinhos”, reclama.
Por meio da assessoria, a Prefeitura informou que o fluxo da Cracolândia
é flutuante e varia de acordo com o dia e o horário. Informou ainda que
o número de usuários é relatado com base no número de pessoas que
frequentam a região diariamente.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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