quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Polícia Civil investiga denúncias de golpes a empresários parnaibanos

BOMBA:

A Polícia Civil de Parnaíba está apurando denúncias de empresários locais que afirmam terem sido vítimas de um golpe aplicado por uma única pessoa. Um homem identificado como Edílson Garcez da Costa é acusado de comprar mercadorias em lojas e não pagar, se hospedar em pousadas e não pagar, e ainda chega a emitir cheques sem fundo.
Segundo denúncia veiculada no Bom Dia Meio Norte desta quarta-feira (26/08), o prejuízo no comércio local chega a ultrapassar a quantia de R$ 50 mil. Em um empresário do setor de informática, por exemplo, Edílson Garcez emitiu três cheques sem fundo durante compras de mercadores. O valor nesta loja chega aos R$ 5 mil.
"Primeiro ele ligou, pegou os preços e mandou o funcionário vir, perguntou se vendia no cheque e a gente acabou vendendo no cheque, só que o cheque voltou e até hoje nada, depois ele mandou uma advogada dele vir comprar os celulares dizendo que era para ele, e agora estou com esses cheques aí e não foi resolvido. Ele já me ligou dizendo que vai resolver pagando por semana, só que ele nunca apareceu. O meu prejuízo chega a mais de R$ 5 mil reais. A gente trabalha, luta e aí vem um cara desses dando calote em todo mundo aqui em Parnaíba, inclusive até minha esposa foi lesada por ele", declarou p empresário.
A forma de atuação do acusado em um depósito de construção localizado no Centro de Parnaíba foi praticamente o mesmo. E como se não bastasse, proprietário do estabelecimento ainda chegou a ser ameaçado quando foi cobrar seu débito a Edílson Garcez.
"Ele me deu um cheque de R$ 1 mil reais, foram quatro peças de R$ 200 reais e duas de R$ 100 reais. O cheque não tinha fundo e agora eu estou pagando a pessoa que eu troquei esse cheque. Eu fui lá e chamei ele para resolver essa questão e ele respondeu avisando que tinha várias pessoas para ele matar, eu pedi para resolvermos porque eu conheço o pai dele, sou uma pessoa pobre, e ele falou que ia ajeitar e que não era para pressioná-lo, mas eu disse que não estava pressionando estava atrás do que é meu. Só que até hoje não apareceu, eu não vou mais atrás porque eu tenho é medo do que ele pode fazer comigo", afirmou ele. 

Em outro caso, um jovem denuncia que foi lesado por Edílson através da venda de um veículo que teria sido negociado através de uma página no Facebook. Neste caso, a vítima chegou a realizar uma investigação pessoal e chegou a descobrir que o suspeito chegou em um determinado período de tempo, utilizar-se de uma identidade falsa em um município do Maranhão, onde se passava por médico.
"Meu prejuízo foi em torno de R$ 13 mil reais. Eu tinha um veículo, coloquei ele a venda em uma rede social e infelizmente eu tive contato do Edílson Garcez com interesse de comprar, iniciamos a transação e essa transação nunca foi concluída devido várias enrolações que ele fez dizendo que a conta dele estava com problemas, ele me ofereceu até a locação do veículo, me ofertou a locação dos dias em que não tivesse com a locação paga, até que no 45º dia eu quis por um fim nisso e descobri que ele não era quem ele realmente era. Em meio a isso eu fui fazer uma investigação pessoal e descobri muito mais do que eu queria saber. Eu tive informações que ele usava uma falsa identidade no Maranhão se passando por um médico e quando foi descoberto ele fugiu, inclusive ele está sendo procurado pela família da vítima sobre esse caso", relatou a vítima.
Não diferente da segunda vítima, o rapaz afirma que também foi ameaçado por Edílson através do aplicativo WhatsApp. Já uma mulher do ramo de pousadas, afirma que foi enganada pelo homem e que seu prejuízo chega a R$ 22mil.
"Na minha empresa o prejuízo é de R$ 22 mil reais. Ele chegou com a proposta para alugar um ponto comercial dizendo que ia colocar uma farmácia e trouxe a documentação da Simone, o nome que está no cheque para o aluguel do ponto, lá eu fiz uma reforma e essa reforma me gerou um custo de R$ 3,500 reais e ele me passou os três cheques pré-datados que seriam dos três primeiros meses de aluguel e nenhum deles tinha fundo. Já fiz várias denúncias, eu mesma fui na polícia, fiz um B.O e não tive resultado nenhum", disse ela. 
Edílson Garcez é proprietário de duas farmácias em Parnaíba. Uma no Conjunto Joaz Souza e a outra na Avenida Dr. João Silva Filho. Foram para elas que um empresário do ramo de vidraçaria vendeu algumas peças para balcões. Visitamos a empresa, e o proprietário permitiu que a equipe de reportagem da Rede Meio Norte, gravasse uma das várias tentativas de negociação com o suspeito.
Todos os cheques sem fundo mostrados na reportagem da Rede MN, foram emitidos no nome de Simone de Melo Pereira, a qual nomeou Edílson Garcez como seu legítimo procurador, através de uma procuração. No documento emitido em maio de 2015 e registrado em cartório, a mulher garante amplos gerais e ilimitados poderes a Edílson que passa a poder comprar, vender, ceder imóveis ou veículos, passar recibos no nome dela. Dentre os diretos está emitir, descontar e endossar cheques.

As denúncias foram apresentadas para o delegado regional de Polícia Civil de Parnaíba, Rodrigo Moreira, que após rever os relatos e analisar um inquérito policial já em aberto contra Edílson, afirma que realmente trata-se de um esquema de estelionato.
"Pela quantidade de casos verificados. Já há investigações nesse sentido no 2º DP, já temos inquéritos em aberto nesse sentido para materializar essa questão, identificar toda a forma com que é praticado, as pessoas que eventualmente estão praticando já que trabalhamos com a hipótese de não ser uma pessoa individual mas sim um grupo que está se programando para aplicação de golpes e tem vários indícios que realmente possa estar havendo esse estelionato", declarou ele. 
O delegado explica ainda como se configura o crime.
"Se a pessoa obtêm vantagem ilícito, induzindo outra pessoa ao erro, seja isso por meio do cheque por exemplo, sabendo não ter suficientes provas de fundos, isso aí pode configurar o crime de estelionato", afirmou Rodrigo Moreira.
É válido destacar, que outras vítimas preferiram não gravar entrevista com medo de represálias. Muitas delas afirmam que Edílson possuía uma guarnição de seguranças. Sobre a informação de que os seguranças andavam armados, um homem que trabalhou com Edílson nesta função, desmente a história. E afirma que o intuito era intimidar as vítimas.
O caso é investigado pelo 2º Distrito Policial. Durante a produção da matéria, o MeioNorte.com procurou inúmeras vezes conversar com Edílson. Em uma das oportunidades, ele chegou a marcar com a nossa equipe. No local marcado, o repórter e o cinegrafista não foram recebidos.
Por Kairo Amaral | Meio Norte

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