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segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Os dois lados da segurança pública em Parnaíba



O movimento de paralisação dos Policiais Militares do Piauí chegou em Parnaíba, e já tem gente querendo distorcer o principal objetivo do movimento. Primeiro que se faz necessário é não causar pânico da maneira como alguns colegas da imprensa querem fazer e, segundo questionar até onde a não resolução destes problemas podem afetar sua vida como cidadão.

A reivindicação é justa como em qualquer outra categoria de trabalhadores deste país, agora, necessário, é que antes de se noticiar de maneira equivocada uma situação presente na nossa realidade, temos o papel de cidadãos, que é apontar soluções. Não se admite que em meio a uma sociedade não apareça ninguém capaz de apontar caminhos, sem que estes, tragam conseqüências à esta tão sofrida população.

Na minha opinião a ABECS (Associação Beneficente dos Cabos e Soldados), tem todo o direito de reivindicar em favor dos policiais naquilo que mais se faz necessário, desde que não haja conotações políticas como denunciam alguns militares que preferem não ter sua identidade revelada “Aqui em Parnaíba sabemos que é necessário ser feito algo, mas, por exemplo, eles querem ir contra ao transporte de valores que tem sido feito por acreditarem que nós corremos risco com esse transporte” disse um militar.

Para este caso, temos uma observação a ser feita, está no Plano de Segurança da Infraero o transporte intermodal, aquele onde a Polícia Militar auxilia o transporte de valores de dentro do aeroporto até o banco. Esse serviço tem sido feito em Parnaíba, Teresina e onde quer que você imagine onde exista um aeroporto em funcionamento. Em um eventual assalto à um carro forte, sem o serviço intermodal seria prato cheio para os bandidos, adivinhem em quem colocariam a culpa do sucesso de um assalto como esse? Acertou quem respondeu: A Polícia.

As pessoas costumam seguir a lógica, se o bandido conseguiu êxito, a polícia foi omissa, se o bandido não obteve êxito, os méritos são dos policiais. É preciso falar algo mais sobre este ponto?
 Se, é sobre o risco que os policiais enfrentam em seu dia-a-dia, porque não inserir na pauta das reivindicações, o risco do serviço conhecido como “Bico”?. Faz sentido não faz? Um policial a paisana em serviço fora das operações, corre o mesmo risco, ou até maior, do que se estivesse em ação com seus demais colegas.

Perguntar não ofende, onde estava o mesmo movimento quando aconteceu dos policiais militares terem deixado de atender algumas ocorrências aqui em Parnaíba, por falta de combustível nas viaturas? Naquele mesmo período, foi o prefeito Florentino Neto (PT), quem ajudou a PM abastecendo as viaturas, para que os números de ocorrências não alcançassem picos tão altos, em decorrência de um detalhe tão pequeno.

É preciso deixar claro, não se pode retirar do governo a culpa que cabe à ele, de negociar com a categoria, e jogar a culpa para os comandos, sejam eles em Teresina, São Raimundo Nonato, Piripiri ou Parnaíba. Em Parnaíba para ser mais específico, o Major Adriano Lucena, Comandante da PM conseguiu o apoio dos militares que mesmo em meio ao processo de paralisação, decidiram contribuir para a segurança pública. Só na noite deste domingo (29), foram colocadas 5 viaturas nas ruas, entre elas a do BOPE que veio da capital para ajudar nas diligências de natureza grave.

Somente focando na resolução dos problemas enfrentados pelos policiais em todo o estado, a ABECS pode obter êxito em suas causas, do contrário haverá uma guerra desnecessária, onde na queda de braço só quem vai sofrer as conseqüências de tudo isso, é o simples e sofrido cidadão, o mais interessado na resposta do governo. A causa não pode ser política, tem que ser técnica, o problema não pode gerar outro. E, que se cumpra o juramento dos homens que um dia disseram estar dispostos a servir a pátria amada, Brasil.

Por: Tiago Mendes

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