MOMENTO COM DEUS

sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

Evangélicos, católicos e espíritas se unem para ajudar famílias necessitadas


Sensível Mente
Por: JCS
união visa apenas ajudar ao próximo, disse Rosemere Mathias, 48 anos, evangélica, da Assembléia de Deus Nova Filadélfia, elogiando o bom trabalho
Um projeto de ação social ligou evangélicos, católicos, umbandistas e espíritas em Santíssimo, Zona Oeste, RJ. Uniram-se com o objetivo de organizar um projeto social que beneficiou mais de 130 famílias carentes da comunidade- (Fazer o bem sem olhar a quem).
O projeto começou com vários evangélicos que abraçaram a causa de ajudar as famílias, para tanto, iniciaram fazendo um estágio na Tenda Espírita Caboclo Flecheiro.
“Enxergo Deus e Jesus dentro desse terreiro. Eu precisava de um estágio e, quando fui convidada a participar, corri no banheiro da faculdade (evangélica) e orei: Senhor, entrego em tuas mãos. Vim confiante. O objetivo aqui é só a ajuda ao próximo“, disse Rosemere Mathias, 48 anos, da igreja Assembléia de Deus Nova Filadélfia.
2 2 - Evangélicos, católicos e espíritas se unem para ajudar famílias necessitadas
Fotos: Rafael Moraes/Extra

Ação no terreiro para ajudar pessoas

A união das religiões representadas não tem caráter litúrgico ou expressão de culto – Não se trata de uma ação religiosa, mas sim humana. Eles reuniram-se ali para festejar o que aprenderam no curso de Assistência Social, ministrado por um Faculdade Cristã, que já completou o seu oitavo período.
“Antes, eu tinha uma ideia horrorosa dos terreiros. Quando era mais nova, achava que tudo era obra do capeta. É que, na concepção de alguns evangélicos, Deus só está na igreja deles. Era falta de conhecimento minha“, comentou Andreia de Oliveira, 35 anos, estagiária.
A cada 15 dias eles reúnem-se no terreiro, após organizarem os alimentos, distribuem às famílias necessitadas frutas, verduras e legumes.
Em outra sala, fazem uma triagem com as famílias, para saber o que de fato necessitam. Trazendo também a eles orientação em assuntos jurídicos, burocráticos e de saúde.
O grupo também disponibiliza palestras educativas acerca do câncer de mama, verminoses e uso de preservativos. Sendo tudo gratuito.
3 1 - Evangélicos, católicos e espíritas se unem para ajudar famílias necessitadas
Fotos: Rafael Moraes/Extra
Todos na equipe estão animados com os resultados da Ação Social, inclusive a umbandista Meri Silva, 45 anos. Foi ela que ao saber da necessidade de mão de obra para desenvolver o projeto no terreiro, convidou os colegas de turma para o estágio, ideia que foi amplamente aprovada.
O projeto chama-se “Fé com Atitude” e, Marco Xavier, diretor do terreiro em Santíssimo, exalta o projeto de Ação Social, pois é realizado há um ano pelas mãos dos estagiários. “São excelentes religiosos por quebrarem tabus em relação à Umbanda”, conclui.
4 1 - Evangélicos, católicos e espíritas se unem para ajudar famílias necessitadas
Fotos: Rafael Moraes/Extra

Uma verdadeira aula de tolerância

Uma vez por semana, a professora de educação física, Carla Gomes, frequenta o culto da Assembléia de Deus Ministério Vencedor. Ela se veste à caráter, conforme a sua cultura: saia comprida muito colorida e com roda, várias pulseiras, pano de cabeça, argolas, rastafári e dreadlocks no cabelo. Desta maneira ela mostra com todo o respeito a sua cultura aos religiosos.
“Hoje, há uma cultura em demonizar a religião, as vestes, os costumes dos negros. Eu quis mudar isso. Nas escolas que dei aula, gostava quando as crianças entendiam que as coisas dos negros são legais, que elas (crianças) fazem parte disso. E são essa história. Essa é a minha missão”, demonstra Carla, pós-graduada em História da África e professora de jongo, maracatu, coco, maculelê e samba de roda pela Cia. Banto, fundada por ela.
nop proposalll 4 768x400 1 - Evangélicos, católicos e espíritas se unem para ajudar famílias necessitadas
Fotos: Rafael Moraes/Extra
“Hoje penso: cada um com a sua religião”
Ainda tem muita gente sem visão (no mundo evangélico). Eu mesma não imaginava que estaria em um terreiro de Umbanda fazendo caridade. Acho que até eu era limitada. Mas o preconceito, lá fora, é muito grande. Hoje penso: cada um com a sua religião. E isso não se discute. Aqui no estágio, o Marcos (dirigente do terreiro) nunca tentou me converter à umbanda e nem falou sobre religião comigo. O nosso objetivo aqui (dos estagiários) é ajuda, trabalho. Na faculdade, antes de começar o estágio, ainda ouvi: olha, você está lá? O senhor não vai gostar”, concluiu a técnica de enfermagem Rosemere Mathias, 48 anos

Nenhum comentário:

Postar um comentário