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sexta-feira, 17 de abril de 2020

Cadê os novos leitos de UTI governador?



Prefeitos reclamam da falta de assistência do governo do Piauí diante da crise da Covid-19. A gestão estadual não informa sobre leitos e sobre os milhões que já gastou diante da pandemia. Será problema?
Desde quando se iniciou a crise provocada pelo novo coronavírus, o Governo do Piauí tem falado bastante na aquisição de novos leitos de UTI. De acordo com informações divulgadas pela gestão estadual, várias cidades do interior ganhariam leitos de terapia intensiva para atender pacientes com Covid-19. Ao todo, seriam 156 novos leitos.
Para o interior, quase tudo não passou de promessa. Desde a quarta-feira (15), o Política Dinâmica tenta saber do Governo do Estado quantos novos leitos de UTI já foram, de fato, instalados desde o início das ações de emergenciais por conta da Covid-19. Pelo menos 11 cidades do interior deveriam receber leitos, conforme anunciou o governo.
Procurada, a assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde só informou a quantidade de leitos que já existia antes da crise, mas não disse nada sobre novas unidades. Já o próprio secretário de Saúde Florentino Neto (PT) não respondeu as mensagens enviadas nesta sexta-feira (17).
Florentino não respondeu questionamentos
A Coordenadoria de Comunicação Social do governo (Ccom) também foi procurada, mas não deu resposta. A pasta responsável pela comunicação do Estado ainda chegou a dizer que buscaria a informação, mas não retornou com nenhum dado até esta sexta-feira.
EM BOM JESUS, NADA
Em Bom Jesus, a 632 km de Teresina, o prefeito Marcos Elvas (PSDB) disse que não chegou nenhuma UTI e nem mesmo os respiradores prometidos pela gestão estadual. O Governo do Piauí anunciou que a cidade ganharia 10 leitos de UTI, mas nada chegou. Pra variar, o secretário Florentino Neto ainda prometeu mandar dois respiradores que deveriam ter chegado em Bom Jesus no dia 3 de abril. Passadas duas semanas, tudo ficou na promessa.
Marcos Elvas, prefeito de Bom Jesus – Foto: Lucas Dias
“O secretário disse que ia mandar dois respiradores que chegariam no sábado, que amanhã faz 15 dias. Quando foi no próprio sábado ele me ligou dizendo que não tinha sido possível mandar, mas que mandaria na segunda-feira. Não chegou. No sábado passado liguei pra ele avisando que não tinha chegado e ele disse que tinha mandado no final de semana e que era pra eu conferir. Eu conferi e até hoje não chegou. Então não temos nada. A situação continua com a mesma falta de estrutura que sempre tivemos”, desabafou.
EM CORRENTE, NADA
Na mesma situação de Bom Jesus está o município de Corrente, no extremo Sul do Piauí, a 870 km de Teresina. Em contato com o Política Dinâmica, o prefeito Murilo Mascarenhas Ribeiro (Progressistas) informou que nenhum leito de UTI foi instalado em Corrente até agora. Prefeitos de toda a região já fizeram cobranças para que o Governo do Piauí providencie equipamentos, inclusive respiradores para atender a área.
“Nós estamos aqui no Sul do estado e ficamos por último. Mas nós deveríamos ser os primeiros, pois estamos mais distantes da capital. Estamos no aguardo, muito preocupados e tentando convencer a população a ficar em casa, pois o que a gente tem de certeza é que o isolamento é a melhor medida nesse momento”, falou o prefeito.
Murilo Ribeiro, prefeito de Corrente.
Corrente e Bom Jesus estão justamente na região mais desassistida de UTI no estado do Piauí. São mais de 600 km sem nenhuma unidade de terapia intensiva depois de Floriano, em direção ao extremo Sul do estado. A preocupação devido à distância dos maiores centros urbanos que possam dar assistência é muito grande.
EM SÃO RAIMUNDO, SÓ SEMI-UTI

No município de São Raimundo Nonato, na região do semiárido, os leitos de UTI ainda não chegaram. Por lá, nem mesmo as autoridades locais se entendem sobre o assunto. O secretário municipal de Saúde, Jussival Júnior, não respondeu aos contatos do Política Dinâmica.
A diretora do Hospital Regional Senador Cândido Ferraz, Nilvânia do Nascimento, chegou a dizer na quinta-feira (16) ao PD que a cidade recebeu cinco UTIs e que elas foram instaladas na Unidade de Pronto Atendimento (UPA). A informação causou estranheza.
No entanto, numa entrevista nesta sexta-feira (17) na FM Cultura, rádio da cidade, o médico Pedro Cavalcante, coordenador da ala Covid em São Raimundo Nonato, disse que o município conta com cinco Unidades Semi-Intensivas (semi UTIs) e não com UTIs. Além dos leitos de semi UTIs, a cidade recebeu 10 leitos clínicos. Já as UTIs propriamente ditas ainda não chegaram.
As informações são do Política Dinâmica
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