O Sentinel-6 Michael Freilich, o maior satélite de observação da Terra, está passando pelos ajustes finais para seu lançamento, que deverá ocorrer no próximo sábado (21). A missão é desenvolvida em uma parceria entre a NASA e Agência Espacial Europeia (ESA), e terá o objetivo de analisar o aumento do nível dos mares, consequência das mudanças climáticas que ocorrem em nosso planeta.
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O lançamento será feito com um foguete Falcon 9, da SpaceX, o mesmo da missão Crew-1 no último fim de semana: "em breve, vamos ver o satélite em sua jornada para a órbita a 1300 km acima da Terra", disse Parag Vaze, gerente de projeto da missão. Inicialmente, o satélite era chamado de Sentinel-6A, mas houve uma mudança no início do ano. Agora, o satélite se chama Sentinel-6 Michael Freilich como uma homenagem ao cientista da NASA de mesmo nome. Esta nave compõe uma dupla de satélites idênticos da missão Sentinel-6/Jason-CS, parte do programa Copernicus, da ESA; o outro, chamado Sentinel-6B, deverá ser lançado em 2025.
Ao observar a Terra do espaço, o Sentinel-6 Michael Freilich poderá proporcionar uma visão única da tendência preocupante do aumento do nível dos mares, o que ajudará a tomada de medidas contra o problema. "As pessoas estão interessadas em medir o nível do mar", explicou Vaze durante uma videoconferência realizada no início da semana. Entretanto, ele ressalta que esse é um processo difícil, e sugere que as análises remotas feitas por satélite sejam o caminho para entender o efeito global da subida do nível dos mares.
É que quando estão orbitando a Terra, os satélites têm uma visão privilegiada do nosso planeta, que permite a coleta de dados precisos e abrangentes. "Entender e quantificar o que está acontecendo no oceano é difícil; está mudando lentamente, mas muda. Entender o quão rapidamente essas mudanças acontecem exige medidas precisas e contínuas", coloca. Para isso, o radar altímetro do Sentinel-6 calcula a distância entre o satélite e a Terra com medidas do tempo que um pulso de radar leva para se refletir na superfície do planeta; o eco do pulso que retorna da superfície do mar fornece uma onda, que é processada para determinar a altura da superfície do mar e da onda e a velocidade do vento no oceano.
Diferentemente de missões anteriores de observação da Terra, o Sentinel-6 vai coletar medidas em resolução bem mais alta, além de ser capaz de medir variações mais discretas no nível do mar próximo às costas. Por fim, o satélite vai fornecer medidas quase em tempo real da altura da superfície do mar, altura das ondas e velocidade dos ventos. Esses dados serão importantes para previsões do oceano, além de serem cruciais para o gerenciamento dos recursos do oceano e proteção ambiental.
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