Grupos que polarizam a corrida pelo governo estadual disputam apoio de parlamentares municipais como nunca visto antes.
Governo e oposição travam uma disputa por vereadores em Teresina. Nunca na história da política piauiense esse tipo de político foi tão valorizado por quem disputa o governo do Estado. A briga aumentou depois que o presidente da Câmara, Jeová Alencar (Republicanos), aderiu a Sílvio Mendes (União Brasil), pré-candidato da oposição, depois, inclusive, de ter declarado apoio a Rafael.
Hoje, a maior parte dos vereadores da capital apoia o pré-candidato governista Rafael Fonteles (PT), que tenta diminuir o potencial de votos de Sílvio Mendes em Teresina, onde o oposicionista já foi prefeito por um mandato e meio. Com Rafael, são 20 vereadores, incluindo dois suplentes no exercício do mandato. A oposição tem 11 parlamentares, incluindo um suplente no exercício do mandato. Existe ainda um que não se definiu.
Esta reportagem considera 32 nomes. Os 29 eleitos em 2020, incluindo quem se licenciou para assumir secretarias, e os três suplentes que assumiram em seus lugares. Para se ter uma noção do que está em disputa, embora isso não signifique transferência de votos, o Lupa1 fez um levantamento para saber a soma de votos que cada lado tem nessa briga, considerando as votações de cada vereador em 2020. O vereador Renato Berger (PSD), que teve 2.504 votos, ainda não tem posição definida.
A soma de votos dos vereadores que hoje estão com Rafael totaliza 74.046 votos. Já o total de votos dos parlamentares que estão com Sílvio é de 51.954. Nesse cenário, a vantagem do pré-candidato do PT é de 22.092 mil votos. Porém, todos esses números são pequenos se comparados ao universo de eleitores da capital. Em 2020, mais de 420 mil teresinenses foram às urnas, considerando votos válidos, brancos e os que anularam. Outros 138 mil nem votar foram. O eleitorado de Teresina supera os 560 mil votantes.
Do lado do governo, lideranças aliadas garantem que nenhum vereador que hoje apoia o pré-candidato Rafael Fonteles em Teresina vai deixar o palanque governista para aderir a Sílvio Mendes. Já do lado da oposição, o presidente regional do Progressistas, deputado estadual Júlio Arcoverde, promete para o dia 16 de agosto, no aniversário da capital, um evento de adesão de mais oito vereadores à pré-candidatura de Sílvio.
Entre os que hoje apoiam Rafael Fonteles estão dois vereadores do PSDB, Venâncio Cardoso e Gustavo de Carvalho, e um do Progressistas, siglas que estão com Sílvio Mendes. O vereador do Progressistas com Rafael é Neto do Angelim, que inclusive esteve em um almoço com o petista no domingo (26). O partido acompanha com cara feia o comportamento do vereador que preferiu, pelo menos até aqui, ficar com Rafael.
Com Sílvio estão nomes como o de Ismael Silva, do PSD, partido da base do governo que indicou inclusive a primeira suplência de senador de Wellington Dias (PT). Ismael ainda não fez um ato de adesão a Sílvio Mendes, mas já deixou claro que vai declarar apoio ao pré-candidato oposicionista. Ele revelou que a direção do PSD tentou fazer com que ele apoiasse Rafael, sem sucesso. Ismael, de partido governista, vai com a oposição.
Aos eleitores, donos dos seus votos, que, por sinal, são secretos, cabe apenas assistir a essa briga. Aos que analisam política, vale esperar para saber até que ponto apoio de vereador pode ser decisivo numa eleição estadual. No dia 2 de outubro, teremos todas as respostas.
Confira a tabela:
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