O cientista político Bruno Mello concedeu uma entrevista exclusiva ao Lupa1 comentando alguns pontos.
Na noite deste domingo (28), acontece o primeiro debate entre presidenciáveis, momento fundamental para os candidatos que disputam uma vaga no Palácio do Planalto.
Ao Lupa1, o cientista político Bruno Melo falou sobre o que podemos esperar ao longo do embate entre os representantes de cada sigla partidária, principalmente em relação a Jair Bolsonaro (PL) e Lula (PT), ambos concorrentes diretos para um eventual segundo turno.
De acordo com o especialista, Lula buscará uma postura permanente de comparação de memórias afetivas do eleitorado, entre o que seu governo fez e o que o governo de Bolsonaro vem fazendo.
“É muito possível que Lula vá apelar muito para a questão econômica, como estava a economia brasileira no momento dos seus governos, em relação à inflação, as políticas de combate à fome, a miséria, a inclusão do pobre como um consumidor. Então, Lula deve ressaltar bastante essa pauta econômica nas suas falas.
Em relação a Bolsonaro, Bruno explica que o atual presidente vai apelar para sua tradicional pauta moral, muito provavelmente associando e buscando colocar o PT como o inimigo de uma moral cristã.
“Esse é um discurso de aderência, especialmente junto a uma boa parcela do público. A busca de associar Lula e PT como defensores de países comunistas e assim por diante. Então a postura de Jair Bolsonaro, imagino eu, deve ser voltada para o eleitor consolidado que ele tem nas suas mãos. Aquele eleitor já consolidado, e também ao público evangélico, talvez tentando conseguir mais votos desse público evangélico que ele já tem”.
Já os candidatos da "terceira via”, o cientista político comenta que provavelmente devem centrar as suas posturas como uma fuga da polarização atual, colocando os nomes como figuras que buscariam unir o país em torno de seus projetos e propostas, enquanto Lula e Bolsonaro estariam de outro lado fomentando uma divisão do país.
“É uma ideia que eles irão tentar trazer, que eles são conciliadores nesse processo.Eles também (Ciro e Tebet) devem apelar para que o eleitor não exerça o que nós chamamos de ‘voto útil', porque esse voto fortaleceria e favoreceria Lula e Bolsonaro, que estão com maiores percentuais de votos. É de se imaginar que Ciro e Tebet irão tentar convencer o eleitor de que no primeiro turno deve-se votar pela consciência, independente do que as pesquisas digam.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário