O delegado Samuel Silveira, coordenador do Departamento Estadual de Repressão ao Narcotráfico (Denarc), detalhou como funcionava o esquema que lavava dinheiro da facção criminosa Bonde dos 40. Ao todo, a operação Denarc 64 prendeu treze pessoas e realizou o bloqueio de R$ 2 bilhões, na manhã desta quinta-feira (14/11).
Segundo informações do delegado, as empresas interditadas, em sua maioria de fachada para a lavagem de dinheiro da organização criminosa, movimentavam grandes quantias de dinheiro. Uma das empresas chegou a movimentar mais de R$ 600 milhões. As investigações tiveram foco na análise financeira, onde o traficante enviava o recurso financeiro para a pessoa jurídica e recebia novamente, logo em seguida era possível agregar valor e branquear o dinheiro.
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“É uma investigação profunda, com foco na análise financeira, em que o traficante jogava o recurso para a pessoa jurídica, depois recebia novamente o recurso, tudo isso agregando valor, depois retornava novamente pra pessoa jurídica e, só após isso, o dinheiro efetivamente era branqueado, era lavado”, detalhou o delegado.
Ainda durante a operação, uma médica, identificada como Angélica Barbosa e seu pai, o empresário Josimar Barbosa, foram presos responsáveis por lavar dinheiro para a organização criminosa. Conforme as investigações, ambos operavam recurso de empresas ligadas à lavagem de dinheiro, e foram diagnosticados como movimentação financeira ilícita pelo Banco Central.
“Eles são responsáveis pelas duas empresas que mais operaram recurso diagnosticado com atípico pelo Banco Central. Não é a movimentação global dessas empresas, mas apenas o corte em que o Banco Central diagnosticou como provável movimentação ilícita, oriundas do tráfico de drogas”, apontou o coordenador do Denarc.
Diante das investigações, foi constatado que os envolvidos já possuem uma extensa ficha criminal e se comunicavam financeiramente com as empresas interditadas. O alvo da operação foi Alandilson Cardoso Passos, que não foi localizado no momento do cumprimento dos mandados. O investigado é companheiro da vereadora eleita Tatiana Medeiros (PSB), e o delegado confirmou que não trabalha com vínculos afetivos e sim, com fatos de crime. Ou seja, a parlamentar não faz parte das investigações.
“Nenhum parlamentar no estado do Piauí foi alvo dessa investigação. Um dado indivíduo que é alvo nessa investigação, por movimentar dinheiro de origem do tráfico que diagnostica a investigação, foi alvo. E, eventualmente, se ele tem vínculo pessoal e afetivo, ou de qualquer outro, com vereador ou qualquer outro tipo de pessoa, isso aí não nos interessa. O que nos interessa é a atividade criminosa em operação”, completou.
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