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quarta-feira, 25 de abril de 2012

Homem que invadiu Defensoria responderá por tentativa de homicídio

Desempregado invadiu prédio no Centro de São Paulo com faca e martelo.
Dois seguranças ficaram feridos; homem alegou ter sido traído.

  fonte: Juliana Cardilli Do G1 SP
defensoria pública (Foto: Juliana Cardilli/G1)Local onde ataques aconteceram permanecia interditado na manhã desta quarta, na Defensoria Pública de São Paulo (Foto: Juliana Cardilli/G1)
O desempregado de 37 anos que atacou dois seguranças do prédio da Defensoria Pública de São Paulo, na Avenida Liberdade, Centro da capital paulista, na manhã desta quarta-feira (24), responderá por dupla tentativa de homicídio, segundo o delegado Giuliano Sorge de Paula Silva, que registrou o caso. O agressor não havia sido ouvido oficialmente pela Polícia Civil até o final desta manhã, e deve ser transferido ainda nesta quarta para o 2º Distrito Policial, no Bom Retiro, também na região central. De lá, deve seguir para algum Centro de Detenção Provisória.
Ainda segundo Silva, o homem estava bastante alterado quando foi preso, afirmando que havia sido traído. Com ele, foram apreendidos um martelo e uma faca. Dois seguranças ficaram feridos na ação – o primeiro a ser atingido, de 47 anos, levou uma martelada na cabeça, foi atendido no hospital e liberado. Ele prestou depoimento, mas não quis falar com os jornalistas. Já o segundo segurança, de 44 anos, permanecia internado em observação nesta manhã. Além de uma pancada na cabeça com um martelo, ele foi atingido pela faca no supercílio direito.
armas defensoria (Foto: Juliana Cardilli/G1)Martelo e facas usados por homem durante ataque foram apreendidos  (Foto: Juliana Cardilli/G1)
Segundo Edgar Mello, gerente de operações da empresa de segurança que presta serviços à Defensoria Pública, o vigilante está estável e permanecia internado apenas devido à força da pancada que recebeu na cabeça. Segundo ele, o estado de saúde do homem não é grave - ele estava consciente. Mello também afirmou não acreditar que os seguranças fossem o alvo do agressor. “Ali é uma Defensoria, recebe-se várias pessoas com problemas, e a nossa função não é atuar na segurança pública. Eles [os seguranças] estavam fazendo segurança privada. Por essa razão, nós entendemos que não era direcionado aos seguranças”, afirmou.
Atendimentos anteriores
O defensor público Luiz Felipe Azevedo Fagundes, coordenador da área de atendimento do órgão, disse que o homem de 37 anos autor das agressões já havia recebido atendimento cinco vezes no prédio.
“Constam cinco atendimentos, entre fevereiro de 2011 e abril de 2012 - o último foi no dia 2 de abril. Em setembro de 2011 ele recebeu encaminhamento para ingresso de ação de regulamentação de visitas. Provavelmente ele tenha um filho ou mais, com alguma mulher que o está impedindo de visitar o filho”, disse o defensor. A ação que envolve o desempregado corre em segredo de Justiça por envolver menor de idade. Por esta razão, Fagundes não soube precisar o andamento do processo.
Segundo o defensor, ainda não foi possível identificar qual o motivo do ataque. “Ouvi ele dizer que fez o que fez porque foi traído lá dentro. Não sei dizer o que ele quis dizer com traição e nem por quem ele teria sido traído."
ataque defensoria pública (Foto: Mario Ângelo/Sigmapress/AE)Homem foi contido por seguranças e populares e,
em seguida, preso por PMs (Foto: Mario Ângelo/
Sigmapress/AE)
Ainda de acordo com Fagundes, o órgão já estudava mudanças na segurança dos prédios antes do ataque. “O conselho superior nomeou entre defensores e servidores com participação da ouvidoria uma comissão para verificar se há necessidade de revisão do método de segurança, de contenção de entrada de pessoas nos prédios, e se houver essa conclusão, qual será o método que vai ser empregado após esta revisão”
Entretanto, o defensor afirmou que não haverá mudanças, por enquanto, no sistema de atendimento. “Haverá, evidentemente, um reforço de vigilância até que se decida os outros sistemas de contenção, o equilíbrio entre a segurança e a qualidade do serviço, a preservação da dignidade das pessoas que precisam ter acesso ao prédio”, afirmou.

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