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O dentista André Rezende foi preso preventivamente, acusado de tentar matar a esposa com dois disparos de arma de fogo, no bairro Piçarreira, zona Leste de Teresina. A prisão foi decretada pela Justiça do Piauí após representação do Núcleo de Feminicídio do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) e cumprida nesta sexta-feira (28).
O crime
Segundo informações do inquérito, o caso aconteceu no dia 18 de agosto, após uma discussão motivada por ciúmes. Na ocasião, André enviou mensagens ameaçadoras à esposa, identificada pelas iniciais M.S.X.H., chegando a dizer: “quando chegar em casa, você me paga”.
Ao retornar para a residência, a vítima foi surpreendida pelo marido armado, que saiu de um matagal próximo gritando: “eu vou te matar, desgraçada”. Ela pediu ajuda a um motorista que passava pela avenida, mas, ao tentar entrar no veículo, foi atingida por disparos no braço e no antebraço esquerdos.
A mulher foi socorrida para uma UPA e depois encaminhada ao Hospital de Urgência de Teresina (HUT), recebendo alta no dia seguinte. Os médicos optaram por não remover de imediato o projétil alojado em seu punho, por risco de complicações.
Relatos e provas
O boletim de ocorrência, o laudo pericial e os depoimentos confirmaram a versão da vítima. O laudo médico apontou lesões perfurocontusas e a presença do projétil.
Em depoimento, ela relatou que o casamento de 16 anos foi marcado por ciúmes e cobranças constantes, que se agravaram nos últimos meses. Também afirmou que o marido possuía armas de fogo registradas, por ser detentor de Certificado de Colecionador, Atirador e Caçador (CAC).
Decisão judicial
A prisão preventiva foi decretada no dia 21 de agosto pelo juiz Valdemir Ferreira Santos, da Central de Inquéritos de Teresina. O magistrado destacou que o crime foi cometido em via pública, com arma de fogo, em contexto de violência doméstica e motivado por ciúmes, representando risco concreto à integridade da vítima e à ordem pública.
— A frieza demonstrada na execução do crime, mesmo após a vítima buscar ajuda, indica que sua liberdade poderá favorecer a reiteração criminosa, além de intimidar ou silenciar a vítima, afirmou o juiz.
A decisão determinou ainda busca nos endereços do dentista, apreensão das armas registradas em seu nome e suspensão do seu registro de CAC.
O Ministério Público se manifestou favorável à prisão e solicitou diligências adicionais, como a oitiva de familiares e dos filhos do casal, para investigar o histórico de violência psicológica, patrimonial e física, além da análise das mensagens enviadas pelo acusado.
Habeas corpus
Na sexta-feira (28), André Rezende compareceu ao DHPP, onde entregou suas armas e teve o mandado de prisão cumprido. No sábado (29), a defesa ingressou com pedido de habeas corpus para revogação da preventiva.
O advogado Eucherlis Teixeira argumenta que o dentista é primário, possui residência fixa, profissão definida e colaborou com a investigação ao entregar voluntariamente as armas. O pedido de liberdade provisória ainda será analisado pela Justiça.
O caso segue sob investigação da Polícia Civil
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