Moraes Brito invade a Clip Turismo e após matar Mateus Portela, recarrega a arma |
A reportagem do 180, direto de Parnaíba, conseguiu com exclusividade
imagens das câmeras de segurança de registraram quase que toda
movimentação do tiroteio que acabou na morte do empresário Mateus
Portela, e do casal Edilson Moraes Brito e Socorro Brito.
As câmeras são de dentro da Clip Turismo, empresa de Mateus Portela e
que funcionava ao lado da agência de Turismo. O local foi um dos
cenários da tragédia ocorrida no final da tarde da última segunda-feira
(24/11).
O vídeo obtido por nossa reportagem mostra o jovem empresário
conversando com funcionários na recepção da Clip Turismo. Em seguida ele
sai para ir ao estabelecimento vizinho, e quando volta já é correndo,
para dentro do escritório.
SEQUÊNCIA DE IMAGENS
SEQUÊNCIA DE IMAGENS
O gravação começa às 17h24 minutos. Na recepção da Clip Turismo alguns
clientes aguardam atendimento, enquanto funcionários seguem o trabalho
normal. Até mesmo crianças brincam no estabelecimento que fica no Porto
das Barcas.
Mateus Portela aparece nas imagens às exatas 17h26min11seg. Ele sai do
escritório da loja, passa pela porta de vidro, pega alguns papeis na
gaveta da recepção e conversa com funcionários.
Uma falha no vídeo impede de ver o exato momento em que Mateus deixa a
Clip, e sai para a reunião com Moraes Brito, na agência de turismo ao
lado. Às 17h27min03seg um dos funcionários que estava na mesa da
recepção abaixa a cabeça, ao se assustar com o barulho do primeiro
disparo. Todos saem para ver o que tinha acontecido.
As crianças no local ficam assustadas, e a movimentação no lugar
aumenta, quando todos percebem a tragédia que havia começado. Novos
disparos são efetuados, e a correria aumenta. Mulheres e crianças voltam
para o escritório, e quando às 17h27min44seg Mateus entra correndo na
Clip e segue direto para o escritório, se esconder. Ele cambaleava, já
ferido.
Poucos segundos depois já é possível ver Moraes Brito no canto do vídeo,
de camisa listrada, segurando a arma. As imagens não são claras, mas o
empresário tenta efetuar um disparo e percebe que a arma está sem
munição. Caminhando, o homem parece conversar sozinho, recarrega a arma e
sai em direção ao restaurante rios, onde entrou no banheiro e tirou a
própria vida.
IMAGENS GRAVADAS DE DENTRO DO ESCRITÓRIO
POLÍCIA ACREDITA EM CRIME PREMEDITADO
A polícia de Parnaíba já tem fortes indícios de que Moraes Brito agiu de forma premeditada. Tudo leva a crer que disputas comerciais provocaram o momento de fúria no famoso empresário conhecido como “Rei do Delta”. Em conversa por telefone com o delegado Artur Barros, titular da 2º Delegacia de Polícia da cidade de Parnaíba, deu alguns detalhes do que já foi coletado em depoimentos colhidos durante o dia de hoje e que dão pistas sobre a motivação do crime que chocou o estado.
Edilson aparece no canto da imagem, recarregando a arma
“Até o momento ouvimos basicamente os funcionários das empresas e os
policiais que tiveram no local. Como a família ainda está muito abalada
não tivemos condições nenhuma de interrogá-los neste momento. Uma
testemunha muito importante e que estava na hora já foi ouvida e temos
muitos detalhes que vão ajudar na resolução do caso”, disse o
delegado, ressaltando que a possibilidade de crime passional, baseado
nos depoimentos colhidos até agora, está quase que descartada.
RELACIONAMENTO AMIGÁVEL
Sobre os relatos de que Edilson e Mateus tinham uma rixa por conta do negócio, o delegado diz que até agora os depoimentos colhidos não mostram clima de animosidade entre os dois. “Se ele tinha algo, e deveria ter, guardou pra ele. O Edilson era pioneiro no ramo do turismo na região e estava em queda nos negócios, enquanto a empresa de Mateus seguia em ascensão”, disse o delegado Artur Barros.
ESPOSA ALVEJADA
Questionado pelo 180 se informações sobre relacionamento extraconjugal teriam chegado à polícia, o delegado respondeu da seguinte forma. “Sobre a esposa dele ter sido morta, foi porque ela tentou impedir Edilson de matar o gerente”, referindo-se ao funcionário da Clip Turismo. O delegado disse ter ouvido depoimentos importantes do funcionário que estava no local, e que narram a sequência de como os fatos ocorreram, completando que não há até agora indícios de que a motivação tenha sido passional.
Polícia ainda não chegou a indícios de crime passional
EMPRESÁRIO MARCOU REUNIÃO
Um dos indicativos de que a polícia adota ao suspeitar de premeditação foi uma reunião marcada pelo empresário Edilson Brito com os empresários de turismo que trabalham no Porto das Barcas. “Nesta reunião eles fechariam um acordo, mas o pai do Mateus, o Genilson, não pode ir. Numa confusão, Mateus entrou no meio e foi morto. A esposa tentou impedir a morte do gerente da Clip e foi morta”, relata o delegado sobre a sequências dos crimes.
Artur Barros conta ainda que Moraes foi até a “Casa do Turista”, loja de
artesanatos, e só não matou o gerente do lugar porque a arma
descarregou. “Sempre que chegava turistas nesta lojinha, que queriam
fazer passeio, o dono indicava a Clip, o que pode ter gerado algum tipo
de ira no Moraes”, diz o delegado. Ao perceber que a arma descarregou,
ele foi para o banheiro de um restaurante, onde recarregou a arma e
apontou-a para a cabeça. Após 10 minutos de negociação com policiais,
acabou disparando contra si.
Na sequência, da esquerda para a direita, a Clip Turismo, empresa de
Morais Brito e a Casa do Turista, nesta última, o gerente escapou de
morrer.
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