Mudança começa em São Paulo, na área do código 11. Todo o país terá de se adaptar para chamar e receber telefonemas de São Paulo.
Cinco era o número de dígitos do telefone na casa da aposentada Thereza Fernandes quando ela era novinha. De lá para cá, os telefones fixos foram aumentando de tamanho para atender ao crescimento da população. É o que está acontecendo também com os celulares.
No começo, os números tinham sete dígitos, passaram para oito e logo serão nove. A mudança vai começar por São Paulo. De acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), as operadoras têm até o dia 29 de julho para começar a fase de testes para implantação o sistema na área do código 11, mas haverá um período de duplo convívio.
“As chamadas serão marcadas tanto a oito como a nove dígitos e serão encaminhadas corretamente ao usuário de destino. Em um segundo momento, a gente passa a interceptar essas chamadas e informar que elas têm de ser marcadas a nove dígitos. Em um terceiro momento, a gente começa a interceptar essas chamadas e não completar. Por fim, as chamadas não são completadas. Simplesmente informa-se que aquele número não existe”, explica Adeílson Evangelista Nascimento, gerente de interconexão da Anatel.
Haja cabeça para guardar tanta informação. Quantos números é preciso saber de cor? RG, CPF, senha do banco, do cartão de crédito, da internet, do email e das redes sociais – não sobra espaço na memória para guardar o telefone de muita gente. “Da minha família e dos mais próximos, namorada, mãe, irmã e irmão”, comenta um jovem. “O da minha casa e o da minha mãe. Nem o da namorada eu sei”, confessa outro.
Mas também, com a tecnologia, quem é que precisa decorar telefone? A aposentada Thereza Fernandes não está preocupada. “Se você perguntar meu número de celular, eu não sei. Eu procuro o número que é meu, eu faço o que eu tenho de fazer e vejo no próprio celular”, conta Dona Thereza.
“Ter uma agenda de mão é mais pratico. É só procurar o nome e telefonar, não precisa ficar decorando”, diz um jovem.
Embora o pontapé inicial seja dado na região do código 11, onde vivem hoje cerca de 22 milhões de usuários e onde estão mais de 30 milhões de celulares, todo o país terá de se adaptar para chamar e receber telefonemas de São Paulo com nove dígitos.
“Quem está em Manaus, em Porto Alegre ou em Fortaleza, vai ter de estar com a rede como um todo preparada. A prioridade operacional é de São Paulo, mas a preparação da rede é simultânea”, prevê Ethevaldo Siqueira, jornalista especializado em tecnologia.
O trabalho da população vai ser o de refazer cartões de visita e panfletos e corrigir a agenda do celular. “Acho que não vai fazer muita diferença”, comenta um estudante. “Tudo é costume também. A gente fala, mas tudo é costume. Se mudar, mudou e todo mundo vai se acostumar”, acredita a assistente financeira Viviane Mello.
O Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia Celular (SinditeleBrasil), informou que todas as operadoras estão se preparando para atender às mudanças até julho do ano que vem para a implementação no nono número no código de área 11, em São Paulo, conforme determinação da Anatel
FONTE G1
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