O jornal
italiano La Repubblica garantiu nesta quinta-feira que Bento XVI decidiu
renunciar após receber um informe ultrassecreto elaborado por três
cardeais sobre uma trama de corrupção, sexo e tráfico de influências no
Vaticano.
De acordo
com o diário, em uma reportagem assinada pela jornalista Concita di
Gregorio, o relatório que foi encomendado por Bento XVI a três cardeais
no ano passado – o espanhol Julián Herranz, o eslovaco Jozef Tomko e o
italiano Salvatore De Giorgi -, após vazamentos de documentos
confidenciais em um escândalo que ficou conhecido como Vatileaks, revela
um sistema de “chantagens” internas baseado em fraquezas sexuais e
ambições pessoais.
O texto de
300 páginas que se refere a um “lobby gay” dentro do Vaticano, foi
entregue em dezembro ao pontífice, segundo a jornalista que não
esclarece como teve acesso ao documento. “Fantasias, invenções,
opiniões”, assegurou o porta-voz do Vaticano, o padre Federico Lombardi,
após advertir que não comentará a reportagem e que os cardeais
envolvidos não aceitarão conceder entrevistas.
Com o
título “Não fornicarás, nem roubarás, os mandamentos violados no informe
que sacudiu o Papa”, o jornal sustenta que o cardeal espanhol Herranz,
do Opus Dei, ilustrou ao Papa no dia 9 de outubro do ano passado os
“assuntos mais escabrosos” do relatório, em particular a existência de
uma “rede transversal unida pela orientação sexual”.
“Pela
primeira vez a palavra homossexualidade foi pronunciada no gabinete
papal”, escreve o impresso italiano. A reportagem sustenta que, durante
oito meses, os cardeais interrogaram muitos prelados e laicos,
dividindo-os por congregação e nacionalidade, e estabeleceram que
existem vários grupos de pressão dentro do Vaticano, entre eles um
sujeito a chantagem, a “impropriam influentiam” por sua
homossexualidade.
Outro
grupo é especializado em montar e desmontar carreiras dentro da
hierarquia vaticana e outro usaria recursos multimilionários para seus
próprios interesses à sombra da cúpula de São Pedro através do Banco do
Vaticano, segundo a publicação. Em uma publicação especial, a revista
Panorama defende que o documento será determinante para a eleição do
sucessor de Bento XVI, em um artigo assinado por Ignazio Ingrado.
Para as
duas publicações, o Papa se convenceu que um sucessor mais jovem, forte e
enérgico é o melhor indicado para fazer uma limpeza na instituição e,
por isso, teria decidido deixar o Trono de Pedro no próximo dia 28 de
fevereiro.
Fonte: meionorte.com
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