terça-feira, 25 de junho de 2013

Coisas que você deveria saber sobre a ‘cura gay’, mas a preguiça não deixa

Vou logo ser claro no começo para evitar equívocos: eu tenho convicção de que gays, héteros e bissexuais não são doentes por conta de suas opções. 
1 – Não existe projeto de lei que IMPONHA tratamento de saúde a homossexuais no Congresso Nacional. Não existe sequer lei oficial que trate homossexualidade como doença.
2 – O termo “cura gay” tratado atualmente na Comissão de Direitos Humanos é oriundo de um documento do Conselho Federal de Psicologia de 1999. E é justamente sobre este documento que estão centradas as discussões na Câmara Federal.
3 – O projeto debatido na Câmara não propõe “cura gay”, mas sugere a supressão de dois trechos da tal resolução instituída em 1999 pelo Conselho Federal de Psicologia. Que são: “os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e cura das homossexualidades” e “os psicólogos não se pronunciarão, nem participarão de pronunciamentos públicos, nos meios de comunicação de massa, de modo a reforçar os preconceitos sociais existentes em relação aos homossexuais como portadores de qualquer desordem psíquica”.
4 – O que o Conselho de Psicologia fez foi simplesmente calar as discussões sobre o assunto de maneira covarde. Conceituou de ‘cura gay’ de maneira IRRESTRITA o tratamento psicológico. Qualquer pessoa em sã consciência não apoiaria tratamento imposto. Mas, e se o hétero, bissexual ou gay QUISER ajuda psicológica? Quem é o CFP para dizer a héteros, bissexuais ou gays que eles não podem se indispor com suas opções e tentar buscar ajuda de um profissional?
5 – Quem criou a ‘cura gay’ não foi a Câmara de Deputados, foi o Conselho Federal de Psicologia! A contradição nesse discurso é óbvio. Por acaso um hétero que busque a ajuda de um psicólogo para se assumir homossexual e conviver melhor com sua condição estará se curando de alguma doença? Então porque o contrário é verdadeiro?
6 – A supressão destes dois termos não implica de maneira alguma em perseguição a homossexuais pelo Estado. O cerne da discussão é o seguinte: um gay, hétero ou bissexual insatisfeito com sua condição pode buscar a ajuda de um psicólogo, ou não? E, vejam bem, procurar a ajuda de um psicólogo por conta de insatisfação não significa que ao fim do tratamento teremos um hétero, gay ou bissexual. Pode ser que sim, pode ser que não. O que o Conselho Federal fez foi acabar com a primeira opção. Gays, héteros e bissexuais por vontade própria não podem procurar psicólogos com a intenção de buscar ajuda.
7 – Da mesma forma que é absurda qualquer tentativa de impor a qualquer pessoa que seja “curada” de sua sexualidade, é totalmente arbitrária e desrespeitosa a supressão do direito de uma pessoa, inconformada com sua orientação sexual, de procurar tratamento.
Sem mais…

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