Famoso
por ter conquistado a tão sonhada estabilização da economia brasileira,
o Plano Real completa 19 anos nesta segunda-feira, dia 1. Criado em
1994 pela equipe do então ministro da Fazenda, Fernando Henrique
Cardoso, durante o governo Itamar Franco, a nova moeda conseguiu o que
vários outros planos econômicos não alcançaram: debelar a hiperinflação.
Segundo o
economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Leonardo Weller,
especialista em História Econômica, o êxito do Real se deve a três
questões principais: liberalização comercial, câmbio estável e
desindexação.
A liberalização
comercial foi basicamente uma grande abertura do país ao capital
estrangeiro. A medida veio acompanhada de uma taxa de câmbio estável,
aumentou a concorrência aos produtos brasileiros e pressionou os preços
para baixo.
Entre 1994 e
2013, a taxa acumulada, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA), foi de 332,33%. Alguns produtos, como o tomate, que se causou
polêmica nas listas de compras no início deste ano, está no topo da
lista dos produtos que mais subiram de preço: segundo o IBGE, o aumento
acumulado é de 1.716,2% nos últimos 19 anos.
Entretanto, o
economista assinala que os protestos que têm tomado ruas recentemente
são o primeiro sintoma de perda da "ilusão monetária".
"As pessoas
perceberam que o ganho do salário nominal (sem descontar a inflação) nos
últimos anos está sendo corroído pela inflação. Houve uma queda no
salário real. E isso foi percebido rapidamente", afirma.
Fonte: O Estadão/Gilberto Dias
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