A dona de casa Geliane Pereira
da Silva, 18 anos, foi presa na tarde de terça-feira em uma área rural do
município de Iranduba, na região metropolitana de Manaus, suspeita de ter
degolado o filho de 8 dias de vida e enterrado o corpo no quintal da casa onde
morava. Segundo a polícia, a suspeita cometeu o crime por medo do marido, que
dizia que, se ela estivesse grávida, o filho não era dele.
O caso foi denunciado à Polícia
Militar pela tia da suspeita, que achou o corpo. "Nós estranhamos ela
dizer que, com todo aquele barrigão, não estava grávida, mas sim com um cisto.
Foi aí que eu tive um sonho, onde uma voz me mandava cavar no pé do jambeiro,
que fica nos fundos da casa dela. Logo que eu cavei, senti o fedor de coisa
podre", contou a dona de casa Raimunda Bahia, 48 anos.
Quando a PM chegou na
residência, localizada no Morro da Paz, na comunidade Ariauzinho, no quilômetro
31 da rodovia estadual AM-070, a mulher detalhou o crime. "Ela nos disse
que assim que a crianca nasceu, cortou o pescoço dela e colocou o corpo dentro
de um saco e enterrou junto a uma caixa de sapatos nos fundos da casa. Ela
disse que fez isso por medo do marido", relatou o tenente Helyelton
Martins, da 8ª CIPM.
O corpo do recém-nascido foi
levado para o Instituto Médico Legal (IML) em Manaus, e a mãe da criança foi
encaminhada para a 31ª Delegacia de Polícia em Iranduba. Antes de seguir para
Manaus, onde faria o exame de corpo de delito, Geliane falou com o Terra de
dentro da viatura. "Fiz isso porque meu marido dizia que, se eu estivesse
grávida, o filho não era dele. Tive medo de ele me matar", afirmou, com
poucas lágrimas escorrendo pelo rosto. Perguntada se sente arrependimento pelo
que fez, a suspeita se calou. Geliane garantiu que o filho era do marido.
O caso foi denunciado à Polícia Militar pela tia da suspeita, que achou o corpo da criança enterrado no quintal da casa (Foto: Divulgação) |
Geliane da Silva foi autuada em
flagrante por ocultação de cadáver e vai responder a inquérito pelo crime de
infanticídio. A Polícia Civil também vai investigar outro possível infanticídio
cometido pela suspeita.
"No local do crime, a avó
paterna da criança morta nos contou que há dez meses Geliane também estava
grávida, mas disse aos familiares que, quando foi dar a luz em casa, não havia
uma criança, mas sim uma bola de carne. Mas isso vamos investigar. Vamos
conversar com o marido e com a suspeita, porque pode ser que tenha havido um
outro crime de infanticídio", explicou o delegado.
A sogra de Geliane, a pescadora
Maria do Rosário Moreira, 54 anos, disse que, na primeira vez que a suspeita
disse não estar grávida, todos acreditaram. "Na época, acreditamos na
história dela porque o padrasto dela confirmou a história. Mas, dessa vez, ela veio com a mesma
conversa. Eu estou arrasada. Espero que ela pague o que fez com meus dois
netos", afirmou a pescadora.
Fonte: Terra
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