Do UOL, em São Paulo, e colaboração para o UOL, no Rio
A maioria dos candidatos que já terminou a prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) deste domingo (5) e deixou o colégio Objetivo, na avenida Paulista, região central de São Paulo, disse que achou a prova difícil e se dividiu sobre o tema da redação do exame, "Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil". Teve quem achou "tranquilo" e teve quem deixou a redação em branco.
Felipe Rovaretto, 19, quer ser engenheiro civil. Para isso, ele vê o Enem como grande oportunidade de entrar em uma universidade. É o terceiro ano que ele realiza a prova. "Achei [a prova] tranquila. Das três provas, foi o melhor tema de redação. É algo importante, que deve ser debatido na sociedade", afirmou.
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Gustavo Oliveira Buzetto, 17, por exemplo, preferiu deixar a redação em branco. "Não fazia a menor ideia do que escrever", justificou. Ele pretende cursar gastronomia.
João Pedro de Abreu Bueno, 18, quer cursar tecnologia da informação e foi outro aluno que considerou a prova difícil. "Se hoje, que eram questões de interpretação de texto, já achei difícil, na semana que vem deve estar pior", afirmou.
Para ele, o tema da redação, no entanto, foi de fácil entendimento. "Aquele que sabe escrever consegue fazer uma boa redação tranquilo", complementou.
Thaís Melo, 18, fez a prova do Enem pela terceira vez disse que a atual foi a mais difícil de todas. "Faltou informação no texto de apoio à redação. Nas outras edições, o texto de apoio era melhor. Além disso, a redação junto com os textos interpretativos pesou", disse.
Neste domingo, os mais de 6,7 milhões de inscritos tinham pela frente a redação e outras 90 questões de linguagens e ciências humanas. No próximo domingo (12), será a vez de 45 perguntas de ciências da natureza e outras 45 de matemática.
Mais da metade dos alunos (57,7%) já utiliza a nota do Enem para ingressar no ensino superior público do país. A prova passou a ser adotada como vestibular em 2009 e, ano a ano, conquista mais adesão entre faculdades públicas e privadas. Na rede pública, o uso é mais disseminado nas 63 universidades federais --todas usam o exame como processo seletivo ou parte dele.
Giovanna Pereira Matos, 19, realiza o Enem pela segunda vez. Para ela, no ano passado, a prova foi mais fácil. "Achei muito difícil. A prova inteira e a redação também. Não tinha nada muito polêmico, mas estava mais difícil", disse. Ela quer uma vaga para cursar fotografia.
Yasmin Aleixo de Campos Lopes, 15, tem o sonho de cursar direito na Universidade Presbiteriana Mackenzie, que é privada, e, para isso, decidiu fazer o Enem como teste. "Vim sem estudar, para ver como é. Achei muito difícil. Para o ano que vem, eu vou ter que estudar muito", afirmou.
"Achei este ano bem mais fácil do que no ano passado. Eu estudei em escola pública a vida inteira. No ano passado, tinha conteúdos que nem gente de escola particular conseguia responder. Neste ano, estava tudo bem mais fácil, tanto a redação quanto a prova como um todo", disse Isabella Savi, 19, que pretende cursar jornalismo na faculdade Cásper Líbero.
No Rio de Janeiro, o assunto da redação do Enem passou longe dos palpites dos alunos. A maioria dos estudantes ouvidos pelo UOL antes da prova apostava em temas que marcaram o noticiário nos meses mais recentes, como reforma trabalhista, questões de gênero ou a crise dos refugiados.
"Acredito que ninguém imaginava esse tema", diz Ana Karolina Vidal, 19. "É um assunto sobre o qual eu nunca havia estudado. Acho que pouca gente, na verdade", diz Vidal, que está concluindo o ensino médio e pretende estudar jornalismo.
"Eu achei o tema legal. É um assunto que anda esquecido", disse Alice Moreira, 17. "Quero ser professora, então esse é um assunto que me interessa", completou.
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