Foto: divulgação PC-PI
A Polícia Civil do Piauí investiga um caso de tortura praticado contra uma adolescente de 16 anos e seus irmãos de três, 10 e 11 anos de idade na cidade de Simplício Mendes, no interior do estado. As investigações resultaram no pedido de prisão preventiva da própria mãe e do namorado dela [que está foragido] após a filha mais velha compartilhar vídeos e fotos da irmã mais nova sendo agredida a socos.
As imagens mostram a garota de três anos sendo agredida com socos na cabeça, enquanto o agressor, namorado da mãe, balbucia: 'cala a boca e pode chorar'. O vídeo tem duração de 15 segundos e mostra a vítima deitada e sem reação.
Foto: arquivo pessoal-Delegado José Wellington, titular da delegacia de Simplício Mendes
"Já acompanhávamos a mãe porque ela já responde a um processo de maus-tratos em relação à essa adolescente de 16 anos. Porém, apuramos que a situação piorou após ela assumir relacionamento há cerca de quatro meses. Os dois consomem bebida alcoólica e drogas e nisso criou um ambiente de conflito e agressões envolvendo a adolescente de 16 anos, os outros filhos de 10, 11 e essa de três anos. A mãe praticava as lesões e o indíviduo que passou a conviver com ela também", informou o delegado José Wellington, titular do Simplício Mendes.
A agressão registrada em vídeo ocorreu há dez dias e provavelmente foi presenciada pela mãe. A adolescente só conseguiu compartilhar o vídeo com um familiar porque aproveitou que o suspeito estava dormindo. No celular dele havia ainda fotos que também mostram as lesões físicas.
Foto: divulgação PC-PI
Foto foi localizada no celular do suspeito e mostra as marcas de agressão física na criança de três anos
A investigação aponta que as vítimas eram agredidas com socos, chutes, puxões de cabelo, mordidas, bem verbal psicologicamente. A adolescente que denunciou o caso, inclusive, já teria sido arremessado contra a parede pela mãe.
Os dois foram indiciados por tortura-castigo majorada por ter sido cometida contra criança e adolescente. A mãe vai responder ainda por tortura-omissão.
"A familia vive em uma situação bastante degradante. São quatro filhos, cada um com pai diferente, e ela não levava uma vida saudável, o que se agravou após a união estável com esse namorado. As agressões, que eu classifico como tortura, não vieram de agora. O vídeo mostra apenas o que veio à tona agora. A situação era constante. Mas continuamos investigando e vamos prendê-lo", afirma o delegado.
O caso é acompanhado também pelo Conselho Tutelar. As vítimas estão na residência de parentes até decisão judicial que vai definir também se a mãe será presa.
Graciane Aráujo
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