quarta-feira, 13 de junho de 2012

PI: após cassação, Mão Santa quer voltar a governar 'em casa'



Após perder nas eleições de 2010, Mão Santa é pré-candidato à prefeitura de sua cidade natal. Foto: Yala Sena/Especial para Terra Após perder nas eleições de 2010, Mão Santa é pré-candidato à prefeitura de sua cidade natal
Foto: Yala Sena/Especial para Terra

A cidade de Parnaíba, no litoral do Piauí, pode ter de volta um de seus filhos mais famosos no comando. Após ter seu mandato de governador cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2001, acusado de corrupção, e perder na disputa no Senado em 2010, Mão Santa (PSC) é um dos pré-candidatos à prefeitura de sua cidade natal.
O posto não é novidade. Mão Santa ocupou o cargo de 1989 a 1992. De lá pra cá, sua família concorreu à prefeitura - "para manter o espaço político", como explica o patriarca. O filho Junior Mãosantinha disputou em 2004, e a mulher Adalgisa Moraes Souza, em 2008. Nenhum dos dois conseguiu se eleger.
Cabe agora ao doutor (ele se recusa a ser chamado de senador: "sou médico de formação, é daí que vem meu nome") tentar voltar ao posto de origem. "Voltei para onde sempre estive. Aqui nasceu Mão Santa. A bíblia diz que a felicidade está no meio. Parnaíba fica bem no meio de São Luís (MA) e Fortaleza (CE)", afirma.
Embora não assuma com todas as letras que será pré-candidato pelo PSC, ele afirma que a população o chama. "Minha candidatura é natural, mas ainda não me decidi, não. Muitas pessoas pedem meu retorno à política de Parnaíba, à política de Piauí e à política nacional", conta.
Dessa forma, Mão Santa recebeu sinais de apoio do PV, PSB, DEM, PHS e PMN. Entre eles, o mais significativo: o PMDB, de seu sobrinho e vice-governador do Piauí, Zé Filho, com quem teve uma rusga política durante os últimos anos. A trégua foi selada na última sexta-feira (8) quando Zé Filho anunciou, durante um jantar em sua residência com integrantes do PMDB e PSC, o apoio de seu partido ao tio. "Fizemos política juntos, mas na última eleição ele saiu como vice em uma candidatura do governo. Sempre fui oposição. Mas com muito respeito e civilidade", explica.
"Já tenho oito partidos que declararam apoio. Inclusive o PMDB, um partido de muita simpatia por aqui. Eu mesmo passei por lá. As pesquisas aqui são fortes e a tendência é essa, sair como candidato. Inclusive o PSDB está muito propenso a abrir mão da candidatura própria para me apoiar", conta.
Se confirmada sua candidatura no próximo dia 30, quando está marcada a convenção do PSC, o ex-senador pode enfrentar o prefeito José Hamilton (PTB), candidato à reeleição e seu antigo aliado. Em 1992, Hamilton o sucedeu na prefeitura com o apoio do "mentor". O embate não parece lhe tirar o sono. "Eu que o indiquei. Ele foi meu sucessor eleito. É muito natural, faz muito tempo que ele está em outro rumo, ele se identificou com o PT", diz.
Dos tempos em que ganhava comunidades no Orkut em sua homenagem, graças aos seus discursos inflamados no Senado e abuso dos jargões (como "atentai bem"), Mão Santa é categórico: "Fui um dos piores senadores da história, porque denunciei os altos salários dos privilegiados".
Mais tarde, já falando na terceira pessoa, deixou a ironia de lado: "Arthur Virgílio (PSDB-AM) e Mão Santa foram os maiores senadores do País. Fomos contra o terceiro mandato de Luiz Inácio. Eu estava em primeiro nas pesquisas em 2010 para continuar na casa e perdi. Houve a maior compra de votos pelo PT. Houve uma corrupção inimaginável e entrei na Justiça, estou aguardando".
Enquanto espera - inclusive o anúncio de sua pré-candidatura -, Mão Santa atende pacientes na Santa Casa de Misericórdia de Parnaíba. "Quero criar um polo científico médico aqui", afirma.
fonte : terra

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