segunda-feira, 29 de julho de 2013

Prédios tombados em Parnaíba (PI) correm o risco de desabar

Casarões estão sendo desgastados pela ação do tempo.
Iphan diz que há recursos a serem liberados pelo PAC Cidades Históricas.


A cidade de Parnaíba, no Litoral do Piauí, é uma das mais antigas do estado. Além de se destacar pelas belezas naturais a cidade tem um grande valor histórico, mas que infelizmente não é valorizado. Apesar de tombados pelo Ministério da Cultura, os casarões que guardam a história da cidade estão sendo desgastados pela ação do tempo e correm o risco de desabar.

Parnaíba reserva surpresas para quem anda pelas ruas da cidade. Caminhar na cidade é voltar no tempo, precisamente a uma época em que a arquitetura do estado era influenciada pelas construções com traços europeus.

Se por fora os casarões se impõem pela beleza, é por dentro que eles mostram o seu verdadeiro charme e elegância. Como é o caso da Igreja de Nossa Senhora da Graça, onde o altar é decorado com cerâmicas portuguesas chama atenção. As imagens e o lustre da década de 1930 completam o ambiente refinado.

Mas nem tudo está tão bem na cidade. No Centro Histórico da cidade, construído ainda no Século XVIII há 496 prédios tombados pelo Ministério da Cultura. Segundo historiadores, quase todos os espaços estão precisando de uma restauração.

“Parnaíba tem um patrimônio material e imaterial muito considerado. A grande maioria do patrimônio material carece de uma restauração. É preciso uma política pública, tanto municipal como estadual para que se resgate essa cultura que é importante para nós”, disse o historiador Diderot Mavignier.

Um dos prédios que demonstra que a cultura está em ruínas é o espaço que abriga a Biblioteca Pública Municipal, que anos atrás abrigou a primeira Escola Primária de Parnaíba. Algumas paredes estão rachadas, o piso e teto comprometidos e as infiltrações estão destruindo parte da história dos parnaibanos.

“Trabalhar aqui é um risco. Nós sempre tememos que venha a desabara. São paredes antigas, de um prédio construído na metade do século XVIII e que abrigou de tudo, até mesmo Quartel Militar da Cavalaria, e por esta razão tem uma importância histórica para a cidade, mas a situação é deplorável”, disse Reginal Pereira Júnior, diretor do instituto.

O superintendente municipal de cultura, Helder Sousa, reconhece a situação e diz que a prefeitura já tomou providências. “Já conseguimos recuperar três elementos de importância para a cidade como o Casarão Simplício Dios, que é um casarão que marca a história do Piauí e até mesmo do Brasil, pela história dele ter participado da Independência do Brasil. Recuperamos a pavimentação da Praça da Graça, além da Estação Floriopólis”, disse.

Thiago Ramires, chefe da área técnica do Iphan/PI, disse que o instituto tem feito a devida fiscalização das obras e que as restaurações acontecem na medida em que os recursos são disponibilizados. Ele ressaltou que para a cidade de Parnaíba já há recursos garantidos pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC Cidades Históricas), mas que o Iphan ainda aguarda a liberação dos recursos.

Do G1 PI
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