Por:Fernando Gomes(*)
O
presente artigo tem intenção de levar os parnaibanos à reflexão, em
especial àqueles que fazem a gestão local, haja vista que Florentino
Neto (PT) completa dois anos de mandato como prefeito da Parnaíba. O que
se propôs a fazer? O que fez? Qual o seu legado? O que ainda pode ser
feito?
Primeiro
reiterar que ele está à frente da gestão há 10 anos. Sim, quatro como
Chefe de Gabinete (2005-2008), quatro como Vice-Prefeito (2009-2012) e
dois como Prefeito (2013-2014). O que isso tem a ver com o seu atual
mandato? Muito. Pois a experiência e o conhecimento administrativo são
elementos facilitadores de uma boa gestão. Logo, ele tinha isso a seu
favor.
Inegável também foram as condições favoráveis em que encontrou o município: sem dívidas.
Reitero
também que não há, da minha parte, deliberada intenção de macular a
imagem do gestor como alguns bajuladores têm respondido às minhas
críticas. Lembro que não estou aqui fazendo um julgamento, senão
emitindo mais uma opinião sincera com a coragem de assinar embaixo. Não
faço a crítica pela crítica, tampouco me escondo em notas apócrifas.
Não
falo da gestão atual por falar, fundamento, mostro que de fato há uma
distância muito grande entre o que eles pregaram e o que eles estão
fazendo. Pouca atitude e muita propaganda! Uma administração alçada ao
poder com a promessa de “fazer diferente” e que hoje se iguala e, até
diria que em alguns casos, está pior do que muitos governos que
criticaram e denunciaram. Novo discurso, a mesma (velha) prática..., “as
suas ideias não correspondem aos fatos, mas o tempo não pára”, disse
Cazuza.
Isto
é que causa indignação nas pessoas. Aqueles que deveriam estar na
defesa dos interesses da sociedade, praticam o mal maior: usam o poder
para a manutenção do projeto político que estão inseridos. Antes, usaram
dos meios mais sórdidos para se elegerem. Ainda tramitam na Justiça
Eleitoral ações de compra de votos e abuso do poder econômico no pleito
de 2012.
Mas,
vamos nós, qual o grande feito da administração que gerencia
aproximadamente R$ 320 milhões por ano? Multiplique por dois anos e
vamos ter o montante que justifica a grande obra deste governo: a
desocupação irregular do “inferninho” da Guarita e da Praça da Santa
Casa. É muito pouco para quem dizia que ia “fazer diferente”, ia cuidar
da cidade, ia cuidar das pessoas sem restrições e não politicar. O que
temos visto nas mais diversas ações até aqui empreendidas pela
Prefeitura é pura “politicagem”!
“Não há beleza em nenhuma obra se ela causa fome e dor”, alertou-nos Gandhi!
As pessoas querem dignidade e na maioria das vezes a administração sequer pensa nisso.
Projetos
importantes do ponto de vista da qualidade de vida humana sendo
irresponsavelmente abandonados. Não me canso de fazer referência ao caso
do matadouro público que se tornou o símbolo da incapacidade e do
desleixo gerencial. Não vou relacionar as obras inacabadas e as tantas
outras prometidas e não executadas, acho que o momento é oportuno para
uma avaliação de desempenho da gestão atual.
Ao
contrário do que alguns desprovidos de senso imaginam não quero mal ao
Florentino e muito menos à Parnaíba. Quero que a administração melhore.
Desejo que aproveitem o momento para refletir e mudar o rumo. Aproveitem
a eleição do governador Wellington e da presidente Dilma, todos do PT,
para que possam destinar projetos estruturantes e que efetivamente
melhore a vida da maioria dos parnaibanos.
Obstante
a importância e o momento de se fazer uma avaliação de desempenho da
gestão quero deixar claro que não sou competente para tanto, mas repito,
trago a sugestão de que a façam. Não somente agora, mas que seja uma
prática corriqueira da administração. Nesta perspectiva, a avaliação de
desempenho traz benefícios no conjunto das ações que o poder público
deve(ria) realizar...
Avaliação
de desempenho é uma ferramenta indispensável no contexto organizacional
nas instituições públicas e privadas. É um instrumento de trabalho que
se consolida como uma necessidade relacionada ao comportamento ético
institucional, especialmente para as organizações que atuam na esfera
pública que precisam dar uma resposta à sociedade com bons resultados de
suas ações.
É
indispensável para as organizações em que haja comprometimento com os
princípios de legalidade e eficiência na prestação de serviços ao
cidadão.
A
política nos reserva surpresas, fatos tácitos, decepções, alegrias,
tristezas, enfim uma mescla de sentimentos, talvez por isso mesmo
encante e desencante a tantos. Eu continuo acreditando que “dá para
fazer diferente”. Defender aquilo que acreditamos nos faz realizados e
motivados. Fazer política é ter os opositores como adversários e não
como inimigos. Não sou inimigo, sou adversário do mal!!!
James
Clarke nos lembra: “Um político pensa na próxima eleição; um estadista,
na próxima geração”. Ainda dá tempo.Vamos pensar na próxima geração?!
(*) Fernando Gomes, sociólogo, eleitor, cidadão e contribuinte parnaibano.
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