Instituto de Criminalística diz que há um padrão nas mortes dos meninos envenenados no ano passado e da família envenenada no começo do ano.
Ulisses Gabriel e João Miguel foram vítimas de envenenamento em cajus |
Em entrevista a O Dia, o perito-geral do Instituto de Criminalística, Antônio Nunes, explicou que em todos os casos – tanto o dos meninos, quanto o do restante da família – há uma assinatura no que foi praticado. Significa dizer que as mortes seguem um padrão: envenenamento por terbufós, um pesticida altamente letal que causa efeitos mais graves no organismo do que o conhecido chumbinho.
Antônio Nunes é perito-geral do IML |
Questionado sobre a possibilidade de indiciamento de Francisco de Assis pelo envenenamento da família, o perito-geral do Piauí afirma que ainda é prematuro para afirmar isto, mas que a polícia está colhendo um lastro probatório que aponta para indícios de autoria do crime por parte do padrasto.
Francisco, segundo a polícia, fingiu ter ingerido a comida que a família comeu no dia em que foram envenenados. Ele deu entrada no hospital sinalizando sintomas semelhantes aos demais parentes, mas foi o primeiro a receber alta. A polícia não encontrou em seu organismo indícios de intoxicação. Ele mantinha uma caixa com alimentos separados dentro de casa para evitar comer a mesma comida do restante da família.
Ao todo, 11 pessoas da mesma família foram envenenadas em menos de seis meses. Cinco morreram: João Miguel e Ulisses, de sete e oito anos, morreram no ano passado. No começo deste ano, morreram Manoel Leandro, tio dos meninos, a mãe deles, Francisca Maria, e dois irmãos: Igno Davi e Luane.
Em todos os laudos produzidos pelo IML após a morte consta a presença do veneno terbufós. As vítimas também apresentaram sintomas de envenenamento semelhantes. Quando questionado sobre a motivação para o crime, o perito-geral do IML, Antônio Nunes, disse ainda ser prematuro para afirmar em uma possível psicopatia por parte do autor das mortes.
No entanto, o IML fala em pedir um exame psiquiátrico-forense de Francisco de Assis Pereira, em sendo comprovada seu envolvimento nas mortes. “Se comprovado que todas as mortes foram pela mesma pessoa, temos que fazer um exame psiquiátrico-forense para confirmar se há isso ou não [traços de psicopatia], mas isso ainda é prematuro dizer, porque ainda temos os outros testes para fazer nas outras vítimas, confirmar se em todas elas foram o mesmo veneno. Pelos sinais sintomas tudo indica que sim”, finaliza Antônio Nunes.
Fonte: portalodia
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